
Em 2024, o RJ2 mostrou que o Instituto deixou de ser usado para tratar da regularização fundiária. O novo objetivo do órgão passou a ser financiar reformas em praças públicas do bairro de Campo Grande, na Zona Oeste do Rio. A região é reduto político do deputado Jorge Felippe Neto (Avante). TCE multa presidente do Iterj por desvio de recursos públicos e cancela contrato de R$ 21 milhões
O Tribunal de Contas do Estado (TCE) multou o presidente do Instituto de Terras e Cartografia do Estado do Rio de Janeiro (Iterj) por um suposto desvio de recursos públicos e cancelou um contrato ativo de R$ 21 milhões. A decisão foi tomada pelo plenário do tribunal.
Em outubro, o mesmo TCE suspendeu pagamentos do Iterj à construtora Ômega, com quem foram celebrados contratos de R$ 30 milhões, que também chamaram a atenção do Ministério Público.
Em 2024, o RJ2 mostrou que o Instituto deixou de ser usado para tratar da regularização fundiária. O novo objetivo do órgão passou a ser financiar reformas em praças públicas do bairro de Campo Grande, na Zona Oeste do Rio.
Criado para regular terras, Iterj tem sido usado para reformas em praças em nome da família de político casado com diretora do instituto
Reprodução TV Globo
A região é reduto político do deputado Jorge Felippe Neto (Avante), que é casado com uma diretora do instituto. O presidente do Iterj, Robson da Silva Claudino, ligado ao parlamentar, vai ter que pagar R$ 23,745 mil pelas irregularidades.
Várias praças reformadas pelo instituto possuem nomes ligados à família: Jorge Felippe Neto e o vereador Jorge Felippe, avô do deputado, já foram homenageados.
O iterj disse que o contrato foi paralisado imediatamente após determinação do TCE e que o instituto vai recorrer da decisão, por entender que as obras nos assentamentos urbanos e rurais atendem a demandas da população e solicitações de lideranças comunitárias.
O instituto declarou ainda que atua dentro das leis federais e estaduais, que vão além da entrega de titularidade das terras. Sobre a atuação de mariana felippe, o iterj disse que ela trabalha exclusivamente nos processos de regularização fundiária do órgão, sem ingerência sobre autorização e ordenamento de despesa.
O deputado estadual Jorge Felippe Neto, do Avante, disse que não tem qualquer ingerência nas ações dos órgãos estaduais, mas ressaltou que é papel do parlamentar levar demandas da população ao poder executivo.
O vereador Jorge Felippe, do Progressistas, também declarou que é papel do legislativo levar ao executivo o pleito da população.