Transporte e despesas pessoais puxam a inflação de Fortaleza

O grupo de transportes e despesas pessoais puxaram o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação em Fortaleza e na Região Metropolitana, com uma alta de 0,47% em julho, um aumento de 0,19 ponto percentual em comparação com junho, que teve uma taxa de 0,28%. Observando-se o acumulado do ano, o índice atingiu 3,00% e, nos últimos doze meses, escalou para 5,02%, superando os 4,71% do período imediatamente anterior. No mesmo mês do ano passado, a variação foi de apenas 0,17%. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Entre os grupos analisados, Transportes destacou-se com a maior alta de 2,48%, contribuindo significativamente com um impacto de 0,46 ponto percentual. Esse aumento foi impulsionado principalmente pelo preço da gasolina, que subiu 5,50%, e pelos custos das passagens aéreas, que dispararam 25,64%. Outros combustíveis também mostraram elevações, com o óleo diesel e o gás veicular apresentando aumentos de 1,04% e 1,23%, respectivamente.
No setor de Despesas Pessoais, que avançou 1,01%, itens como hospedagem e pacotes turísticos foram os grandes influenciadores, com altas de 6,84% e 3,31%, respectivamente. Este aumento reflete uma tendência de crescimento no setor de serviços ligados ao lazer e turismo na região.
Por outro lado, o grupo de Alimentação e Bebidas registrou uma redução de 0,59%. Dentro deste grupo, a alimentação no domicílio teve uma queda de 0,92%, com destaque para a diminuição nos preços de produtos como tomate, cenoura, cebola, batata-inglesa e maracujá, que apresentaram quedas de 28,96%, 28,53%, 9,67%, 4,34% e 6,89%, respectivamente. Em contraste, itens como café moído, alho e manga tiveram aumentos de 3,15%, 5,18% e 6,56%, mostrando uma variação nos preços dos alimentos que impactam diretamente o orçamento familiar.
Além disso, a alimentação fora do domicílio também mostrou um aumento, passando de uma variação quase nula no mês anterior para 0,50% em julho. Este segmento viu o preço de lanches acelerar de 0,33% para 0,46%, enquanto refeições apresentaram aumento de -0,11% para 0,54%.
Enquanto no cenário inflacionário de Fortaleza mostrou um comportamento diversificado entre os grupos, com Transportes e Despesas Pessoais puxando a inflação para cima, o grupo de Alimentação e Bebidas apresentam alívio nos preços. Esta análise do IPCA de julho destaca a volatilidade dos preços na economia local, influenciando diretamente o custo de vida dos consumidores.
Na avaliação do economista Helder Cavalcante, o índice de inflação reflete mudanças significativas que impactam diretamente o poder de compra do consumidor local. “Com um aumento no índice geral para 0,47% em julho, observa-se uma pressão inflacionária mais acentuada em comparação ao mês anterior, especialmente nos setores de Transportes e Despesas Pessoais. Este aumento, puxado principalmente pelos preços de combustíveis e serviços ligados ao lazer e turismo, sugere que atividades do dia a dia, como deslocamento e recreação, estão se tornando progressivamente mais onerosas. Essa situação pode levar a um aperto no orçamento familiar, obrigando os consumidores a reavaliarem seus gastos mensais para manterem um equilíbrio financeiro”, disse.
Por outro lado, segundo ele, o grupo de Alimentação e Bebidas mostrou uma tendência de queda nos preços, oferecendo algum alívio nas despesas domésticas. No entanto, a volatilidade nos preços de itens básicos como alimentos pode causar incertezas, afetando a estabilidade econômica das famílias. Embora esse decréscimo possa proporcionar uma economia momentânea, a natureza imprevisível dos preços alimentares e a contínua inflação em outros setores essenciais poderiam neutralizar esses benefícios, mantendo a pressão sobre o custo de vida geral. Portanto, é fundamental que as políticas econômicas locais sejam direcionadas para estabilizar os preços e fortalecer o poder de compra do consumidor, especialmente em tempos de flutuações econômicas marcantes.

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