No mesmo dia em que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a imposição de tarifas recíprocas sobre importações de mais de 60 países, incluindo o Brasil, os mercados financeiros brasileiros reagiram com cautela. Apesar do tom protecionista da medida, que pode acirrar disputas comerciais globais, o impacto imediato sobre os ativos domésticos foi contido: o dólar encerrou a quarta-feira (2) com leve alta e a bolsa brasileira praticamente não se mexeu.
O dólar comercial fechou vendido a R$ 5,699, com variação positiva de 0,27% (R$ 0,015). A moeda americana oscilou ao longo do dia, chegando a recuar para R$ 5,66 por volta das 10h20, no momento em que o mercado ainda avaliava os possíveis desdobramentos do anúncio. Já na máxima, às 11h35, atingiu R$ 5,71, refletindo um movimento de aversão ao risco que tomou conta dos mercados emergentes durante a tarde.
Apesar da valorização pontual, a moeda acumula desvalorização expressiva de 7,81% no ano, e queda de 2,61% desde 10 de março, evidenciando um ambiente externo ainda favorável aos ativos brasileiros, ao menos até agora.
No mercado de ações, o Ibovespa teve um pregão marcado pela volatilidade. O principal índice da B3 terminou o dia aos 131.245 pontos, com uma alta tímida de 0,07%. O desempenho reflete um compasso de espera por parte dos investidores, que passaram o dia alternando entre o temor de uma guerra comercial e a avaliação de que os efeitos práticos das tarifas podem demorar a se materializar.
Na máxima do dia, às 10h28, o índice chegou a subir 0,2%, impulsionado por ações de grandes exportadoras e bancos. Contudo, uma hora depois, às 11h11, recuava 0,58%, num reflexo do receio com as consequências do chamado “tarifaço de Trump”. Além da tensão comercial, o mercado observou o fortalecimento do dólar frente às moedas de países emergentes, num movimento clássico de proteção diante de choques internacionais. O temor de que a medida americana possa afetar o fluxo global de comércio e pressionar os preços de commodities contribuiu para a cautela vista nos mercados durante a tarde.
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