Com o sucesso da série britânica “Adolescência”, que retrata um menino de 13 anos suspeito de matar sua colega de escola, termos como “incel” e debates sobre misoginia em fóruns da internet tem sido comentados nos últimos dias.
Atualmente, “incel” é associado a um menino jovem tímido, inseguro e com dificuldades para socializar, que defendem a ideia de que as mulheres são as responsáveis por todas as frustrações amorosas e sexuais sofridas pelos homens. No entanto, o termo inicialmente foi criado com outro viés.
Em 1997, quando não havia Facebook, nem Instagram, nem Tinder, o site Projeto de Celibato Involuntário de Alana foi desenvolvido para que mulheres e homens solitários, e que nunca haviam se envolvido romanticamente ou sexualmente com alguém, tivessem um ambiente de acolhimento. Logo, o termo surgiu do inglês: involuntary celibate, que em português recebe o nome de celibato involutário.
Alana, criadora do site, comentou: “A palavra [incel] costumava significar qualquer pessoa de qualquer gênero que fosse solitária, que nunca tivesse feito sexo ou que não tivesse um relacionamento há muito tempo. Mas não podemos mais chamá-la assim.”
Apesar de inicialmente ter como objetivo um espaço de acolhimento, com o tempo, a palavra “incel” foi atribuída a uma comunidade masculina frustrada que dissemina ódio contra as mulheres com práticas violentas.
Segundo um estudo de 2022, publicado na revista “Current Psychiatry Reports”, a comunidade possui ideologias como hierarquia baseada na aparência, antipatia pelo feminismo e a crença na “hipergamia” feminina, na qual as mulheres se envolvem somente com parceiros que apresentem um nível econômico, social ou de poder superior.
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