Filho de tenente morto em assalto nega envolvimento e diz que ‘se dava muito bem com o pai’


Tenente da reserva Orlando Orlando Soares Lopes, de 64 anos, foi amarrado e amordaçado dentro da própria casa durante o crime. Tenente aposentado da PM Orlando Orlando Soares Lopes tinha 64 anos
Arquivo pessoal
Lucas Ramos Lopes, de 30 anos, suspeito de ter encomendado o assalto que resultou na morte do próprio pai, o tenente da Polícia Militar (PM) aposentado, Orlando Soares Lopes, de 64 anos, afirmou no depoimento que “se dava muito bem com o pai” e negou envolvimento. O assalto foi cometido por Joston Rodrigues e Vitor Gomes.
O três tiveram a prisão preventiva decretada na audiência de custódia.
Orlando foi morto na noite da última sexta-feira (28). O militar da reserva estava em casa com a mulher quando dois criminosos chegaram. Durante o assalto, segundo a polícia, Orlando foi amordaçado e amarrado dentro do quarto. A mulher dele relatou que os dois assaltantes estavam armados e usavam capacetes. Lucas não estavam em casa na hora do crime.
Joston Rodrigues Lima e Victor Gomes de Sousa confessaram que realizaram o assalto e mataram o tenente. O g1 tenta contato com a defesa dos três envolvidos.
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A Rede Amazônica teve acesso com exclusividade aos depoimentos dados por Lucas, Joston e Victor à Polícia Civil. Lucas negou envolvimento no crime enquanto Joston afirmou que o conhece de vista. Victor, por outro lado, afirmou que viu Lucas entregando a arma do crime para Joston e o ouviu falar que não se dava bem com o pai por conta da morte da mãe.
“QUE do seu conhecimento seu pai não devia ninguém e nem estava envolvido confusão; QUE se dava muito bem com seu pai”, consta no relatório do depoimento de Lucas à Polícia Civil.
“QUE viu Lucas conversando com Joston; QUE Lucas foi entregar a arma para Jotson; QUE viu Lucas entregando a arma para Joston; QUE Lucas disse para interrogado que tinha raiva do pai pois o mesmo tinha matado sua mãe”, afirmou Vitor.
A viúva disse à polícia que cada criminoso ficou com uma das vítimas em um cômodo diferente da casa, que fica no bairro Senador Hélio Campos, zona Oeste da capital. A dupla que realizou o assalto também teve a prisão preventiva decretada, eles confessaram que cometeram o crime.
Um tempo depois ele retornou ao imóvel e acabou preso pela PM. Agentes da Delegacia Geral de Homicídios (DGH) foram acionados e iniciaram as investigações.
Depoimentos dos envolvidos
Lucas Ramos negou qualquer envolvimento no homicídio do pai. Segundo o depoimento, ele morava na mesma casa que Orlando e a madrasta e afirmou que soube do crime ao chegar em casa por volta das 20h. Ele negou ter entregado uma arma para Joston, encomendado um roubo ou ter ordenado a morte de seu pai.
Lucas mencionou que já trabalhou com ouro e teve uma dívida com uma mulher chamada Keitiane, que foi quitada com a entrega de um carro. Ele afirmou que sua relação com Orlando era boa e que não havia razões para querer sua morte.
Joston, por sua vez, é albergado e cumpre pena por roubo. Afirmou que foi contratado para o crime por uma mulher conhecida como “Loira”, que é a “Keitiane” citada por Lucas, lhe ofereceu R$ 150 mil e entregou a arma utilizada. O plano inicial era um assalto, mas ao ver que não tinha o dinheiro prometido e nem joias, em um momento que descreveu como “loucura”, disparou contra Orlando.
“[…] o interrogado teve uma ‘loucura’ e foi até o quarto onde estava a vítima e atirou nela; QUE efetuou apenas um tiro na parte de trás da cabeça da vítima”, disse Joston no depoimento.
Detalhou que Vitor participou da ação pilotando a motocicleta utilizada na fuga. Durante o assalto, Joston disse que Vitor tentou remover o sistema de vigilância da casa, o que teria causado um disparo acidental. No entanto, admitiu ter disparado propositalmente contra Orlando Lopes.
Joston negou qualquer envolvimento de Lucas no crime, declarando que não sabia que a vítima era pai dele. Afirmou que o conhece de vista mas não tem relação de amizade, chegou a consolá-lo quando a mãe dele morreu.
Vitor, no depoimento, afirmou que Lucas esteve na residência de Joston por volta das 14h30 e entregou a arma utilizada no crime.
Ele confirmou que participou da ação pilotando a motocicleta, mas que não sabia que o crime terminaria em homicídio. Segundo ele, Joston foi o responsável por atirar na vítima e amarrá-la. Ele também negou conhecer a mulher identificada como “Loira”.
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A viúva do tenente afirmou em depoimento que um dos assaltantes exigia dinheiro e afirmava saber que Orlando era militar. Durante a ação, a arma do assaltante que estava com ela disparou. Logo depois, ela ouviu o tiro que atingiu o marido dentro do quarto.
A dupla fugiu levando celulares, o gravador digital (DVR) com as imagens da câmera de segurança, bolsa com documentos, além um anel e relógio que Orlando usava. Depois que os assaltantes saíram, a PM foi acionada e iniciou as buscas pelos suspeitos.
A dupla foi encontrada pela PM em uma vila de apartamentos no bairro Canaã. No local, um dos suspeitos contou que o filho de Orlando foi quem entregou a arma e pediu que realizassem o assalto. Além disso, outro disse que uma mulher havia comentado que o tenente guardava dinheiro em casa — ela ainda não foi localizada. A polícia apreendeu um revólver calibre 38, nove munições deflagradas e três intactas.
Em nota, a Polícia Civil informou que o filho do tenente negou envolvimento no crime. Ele e os outros dois foram atuados em flagrante pelo crime por homicídio e aguardam audiência de custódia.
Segundo a PM, um dos assaltantes é ex-presidiário e o outro está no regime de albergue, que é quando o condenado por algum crime pode cumprir a pena fora do presídio. O crime foi registrado como homicídio contra agente da segurança pública e roubo.
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