O dólar fechou esta sexta-feira (28) em alta de 0,15%, a R$ 5,76. O cenário global foi desfavorável para moedas de países emergentes, principalmente na América Latina.
Investidores adotaram uma postura mais defensiva antes do anúncio das tarifas recíprocas dos Estados Unidos, programado para a próxima quarta-feira (2).
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Além disso, aumentaram as preocupações com uma desaceleração mais forte da economia americana, combinada com uma inflação persistente. O sentimento do consumidor nos EUA piorou, e as expectativas inflacionárias subiram, o que elevou a incerteza no mercado.
“O mercado já está antecipando um ambiente mais difícil na próxima semana, com possíveis retaliações de países às tarifas americanas”, afirmou Daniel Miraglia, economista-chefe do Integral Group, em entrevista ao Estadão Broadcast.
Selic elevada sustenta o real
Apesar do movimento global de aversão ao risco, o real encontrou algum suporte na perspectiva de juros elevados no Brasil. A taxa Selic alta encarece o carregamento de posições vendidas em real, o que pode conter a desvalorização da moeda brasileira.
O mercado de trabalho também mostrou resiliência, com a criação de 431.995 vagas formais em fevereiro, segundo o Caged. O número ficou bem acima da mediana das projeções, que indicava 225 mil vagas.
Cenário externo: inflação e estagflação nos EUA
No exterior, o índice DXY — que mede o dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes — operava em queda de 0,30%, rondando os 104,000 pontos. Já a taxa dos Treasuries de 10 anos caiu mais de 2%, abaixo de 4,25%.
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Os dados do índice de preços de gastos com consumo (PCE), principal métrica de inflação monitorada pelo Federal Reserve, vieram próximos das expectativas. No entanto, o núcleo do indicador avançou acima do esperado.
A pesquisa da Universidade de Michigan revelou que a confiança do consumidor nos EUA caiu para o menor nível em mais de dois anos, enquanto as expectativas de inflação para os próximos 12 meses subiram de 4,3% para 5%.
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