Morning Call: Tensão global atrelada a tarifas dos EUA projeta alta volatilidade

O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, encerrou o pregão da última sexta-feira (28) em queda de 0,94%, aos 131.902,18 pontos, com realização de lucros após três sessões seguidas em alta. O aumento da tensão global com o anúncio de novas tarifas dos Estados Unidos sobre automóveis importados também impactaram o desempenho do índice.

A semana inicia com a tensão generalizada dos mercados, após Trump confirmar tarifas recíprocas contra todos os países e não apenas um grupo reduzido de nações como era esperado. O anúncio oficial deve ocorrer nesta quarta-feira (2), data denominada por Trump como “Dia da Libertação”.

  • Mercado volátil? Sem estratégia, a chance de erro é maior. Baixe o eBook gratuito de Guto Gioielli e aprenda a decidir com inteligência.

No cenário internacional, os mercados organizam uma reação às políticas protecionistas dos EUA. Na Europa, Olaf Scholz afirma que UE responderá em conjunto se necessário.

Apesar de ser uma semana de agenda repleta de indicadores econômicos, o foco segue na quarta-feira, quando Trump anunciará as tarifas. Até lá, o mercado segue com expectativa de alta volatilidade.

No Brasil, a reação às sanções dos EUA deve ser mais cautelosa, buscando uma negociação antes de recorrer à OMC ou aplicar tarifas de retaliação.

Em entrevista ao Financial Times, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o Brasil está bem posicionado para enfrentar uma guerra comercial por ser um dos principais exportadores de commodities e ter forte vínculo com os três blocos econômicos do mundo.

Em meio à tensão global, o dólar abriu em leve alta de 0,02%, a R$ 5,76 e o dólar futuro avança 0,07%, a R$ 5,76. Os juros futuros também cedem, assim como o Ibovespa futuro, que recua 0,84%, aos 131.570 pontos.

  • 📩 Os bastidores do mercado direto no seu e-mail! Assine grátis e receba análises que fazem a diferença no seu bolso.

Manchetes desta manhã

  • Ocupação no agro cai e renda média cresce com o uso de mais tecnologia (Valor)
  • Fundo global para proteção de florestas é aposta do Brasil para COP30 (O Globo)
  • Concessões de rodovias são alvo de 51 projetos de lei no Congresso Nacional (Folha)
  • Cidades têm mais bolsistas do Pé-de-Meia do que estudantes (Estadão)
  • Medicamentos têm novos preços a partir desta segunda (Valor)

Mercado global

As Bolsas da Europa atingem mínimas de dois meses em meio ao anúncio de que as tarifas recíprocas dos EUA atingirão todos os países e temores de uma desaceleração da economia global.

A tensão do mercado levou o Goldman Sachs a reduzir a previsão para o PIB da zona do euro e adicionar um corte adicional de 25pb nas taxas às suas previsões para Banco Central Europeu (BCE).

Na Ásia, os mercados iniciaram a semana em forte queda, especialmente no Japão (Nikkei: -4,05%) e Taiwan (Taiex: -4,20%), no clima de apreensão com as sanções comerciais dos EUA.

Na China, a queda foi mais contida em razão de bom resultado do PMI Industrial que cresceu acima das expectativas (50,5 pontos em março).

Em Nova York, os índices futuros abriram em baixa, à espera do “Dia D”, quando serão anunciadas as tarifas recíprocas a nível global.

Confira os principais índices do mercado:

• S&P 500 Futuro -0,9%
• STOXX 600 -1,7%
• FTSE 100 -1,2%
• Nikkei 225 -4%
• Shanghai SE Comp. -0,5%
• MSCI EM -1,6%
• Dollar Index +0,1%
• Yield 10 anos -5bps a 4,1995%
• Bitcoin -0,9% a US$ 81756,69

Commodities

  • Petróleo: sobe com alerta sobre taxação de compradores de petróleo russos e bombardeio do Irã. Os índices de referência caminham para terminar o mês em alta: O brent para maio sobe 0,71%, a US$ 74,15 e o brent para junho sobe 0,34%, a US$ 73,01. O WTI para maio avança 0,35%, a US$ 69,60.
  • Minério de ferro: cai 1,47%, cotado a US$ 106,42 por tonelada em Dalian, na China. Em Singapura, os contratos futuros recuam 1,35%, cotados a US$ 100,85/ton e o mercado à vista cede 1,48%, cotado a US$ 101,85/ton.
  • 💰 Seu dinheiro escapa e você nem percebe? Baixe grátis a planilha que coloca as finanças no seu controle!

Cenário internacional

Nos Estados Unidos, a agenda da semana traz como destaques a divulgação dos dados do mercado de trabalho dos EUA, com relatório Jolts nesta terça-feira (1º), ADP na quarta-feira (2) e payroll na sexta-feira (4).

Em meio ao cenário tarifário agressivo, o Goldman Sachs reduziu a previsão para o PIB dos EUA, com corte adicional de 25pb nas taxas às suas previsões para o Federal Reserve (Fed), assim como para a Europa.

Na Europa, a inflação ao consumidor (CPI) de março sai na terça-feira (1º) e o PMI de serviços na quinta-feira (3).

Na China, o PMI industrial atingiu 50,5 em março, ante 50,2 em fevereiro e acima do esperado pelo mercado, de 50,4.

Cenário nacional

No Brasil, a semana iniciou com a divulgação do tradicional Boletim Focus, com projeções para o PIB, inflação, câmbio e Selic; além do resultado primário do setor público de fevereiro pelo Banco Central. Hoje também é dia de definição da Ptax.

A agenda da semana tem como destaques o PMI industrial de março na terça-feira (1º), produção industrial de fevereiro na quarta-feira (2), PMI de serviços na quinta-feira (3) e balança comercial de março na sexta-feira (4).

  • ⚡ A informação que os grandes investidores usam – no seu WhatsApp! Entre agora e receba análises, notícias e recomendações.

Destaques no mercado corporativo

  • JBS: investirá US$ 100 milhões em duas fábricas no Vietnã para expandir sua presença global.
  • Master & BRB: BRB anunciou compra de 58% do Master por R$ 2 bilhões. Banco Central avaliará a operação; analistas criticam a aquisição devido a fragilidades financeiras do Master.
  • Embraer: vai propor, em assembleia no dia 29 de abril, a nomeação de Raul Calfat como novo presidente do conselho de administração.
  • Americanas: vai propor, em assembleia no dia 29 de abril, a incorporação das subsidiárias B2W Rental, Digital Finance Promotora e Americanas Local.
  • Petrobras: Nomeação de Aloisio Macário para o conselho em substituição a Marcelo Gasparino
  • BB: investiu mais de R$ 600 milhões em operações do novo consignado privado, chamado “Crédito do Trabalhador”, com operações contratadas em mais de 3 mil municípios.
  • CPFL Energia: solicitou à Aneel a renovação por 30 anos de três concessões de distribuição de energia (RGE Sul Distribuidora de Energia Elétrica, CPFL Paulista e CPFL Piratininga), que vencem entre 2027 e 2028.

Acompanhe as principais notícias do mercado financeiro nesta segunda-feira também no Podcast Café do Mercado, uma produção do Monitor do Mercado, e apresentado por Lucas Rocco, CEO da Wiser | BTG Pactual.

O episódio de hoje já está no ar, nas principais plataformas de podcasts. Basta clicar na sua plataforma preferida para ouvir: Spotify; Deezer; Amazon Music; Podcasters. Ou ouvir clicando abaixo:

O post Morning Call: Tensão global atrelada a tarifas dos EUA projeta alta volatilidade apareceu primeiro em Monitor do Mercado.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.