O Resultado 4T24 da Oi trouxe uma série de dados que mostram um cenário de transição. De um lado, há progresso relevante na redução da dívida e na implementação de medidas estruturais importantes. De outro, os números ainda revelam perdas expressivas, queda na receita e consumo de caixa que exigem atenção redobrada de investidores e analistas.
A operadora, que permanece em processo de recuperação judicial, fechou o quarto trimestre de 2024 com prejuízo líquido de R$ 586 milhões. Embora represente uma melhora expressiva ante o prejuízo superior a R$ 2 bilhões no mesmo período de 2023, ainda demonstra as dificuldades financeiras enfrentadas pela companhia, que segue buscando equilíbrio operacional e sustentabilidade de longo prazo.
Receita líquida da Nova Oi cai 24% no comparativo anual
As operações continuadas da chamada “Nova Oi” – que excluem ativos vendidos ou descontinuados – registraram receita líquida de R$ 625 milhões no 4T24, uma queda de 24,3% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Esse recuo é reflexo direto da retração nas operações baseadas em tecnologia legada, como cobre e DTH, que seguem perdendo espaço no mercado.
A Oi Soluções, unidade de negócios voltada para clientes corporativos, contribuiu com R$ 409 milhões da receita total, mas também apresentou retração frente aos trimestres anteriores. A empresa vem tentando compensar a perda de receita tradicional com soluções de TIC, mas a transição ainda não trouxe um impacto positivo suficiente no top-line.
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Redução de despesas e foco em eficiência operacional
Uma das estratégias adotadas pela companhia no período foi a forte contenção de custos. O resultado do 4T24 mostra que o total de opex e capex combinado (excluindo aluguel e seguros) caiu 14,5% em relação ao mesmo período de 2023. Os investimentos também recuaram 41,8%, totalizando R$ 108 milhões no trimestre.
Essa contenção está diretamente ligada à nova postura da companhia, mais seletiva e orientada à eficiência. A gestão de recursos focada na rentabilidade tenta garantir o mínimo necessário para manter as operações funcionando enquanto a empresa se reestrutura e tenta reconquistar mercado, especialmente no segmento B2B.
Dívida é reduzida em 53%, mas resultado financeiro pesa
O Resultado 4T24 da Oi também apresentou um importante marco: a redução da dívida financeira em 53% na comparação anual. O saldo da dívida bruta a valor justo caiu para R$ 12 bilhões, resultado da reestruturação contemplada no segundo Plano de Recuperação Judicial, aprovado no ano.
No entanto, a desvalorização cambial teve forte impacto. A companhia registrou uma despesa financeira líquida de R$ 1,97 bilhão no trimestre, pressionada principalmente pela variação cambial sobre dívidas atreladas ao dólar. Essa oscilação cambial anulou parte do esforço de redução de endividamento e afetou diretamente o resultado final.
Caixa cresce no trimestre, mas segue em nível crítico
O caixa consolidado da Oi no 4T24 foi de R$ 1,8 bilhão, um crescimento de 35% sobre o trimestre anterior. Essa alta se deve a algumas receitas não operacionais, como o resgate de depósitos judiciais relacionados ao FUST e a antecipação de valores do plano de previdência PBS-A da Sistel.
Apesar disso, o consumo de caixa operacional no trimestre foi de R$ 237 milhões, indicando que o core business ainda não é capaz de sustentar as atividades de forma independente. O fluxo de caixa segue pressionado, com o capex ainda relevante e os passivos da companhia demandando constante atenção.
Segmento de legado continua pressionando os resultados
Outro ponto de destaque no Resultado 4T24 da Oi é o impacto contínuo das operações legadas. A receita com serviços como telefonia fixa e DTH somou R$ 98 milhões no trimestre, queda de 66% na base anual. Esses produtos, cada vez menos demandados, seguem em declínio acelerado, pressionando a receita consolidada da empresa.
A migração do regime de concessão para autorização é um dos pilares para tentar equacionar o impacto desse legado. Com isso, a Oi busca reduzir custos regulatórios e abrir espaço para focar em serviços com maior valor agregado.
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Perspectivas para 2025 ainda exigem cautela
Embora o Resultado 4T24 da Oi mostre avanços na estrutura financeira e no redesenho estratégico da empresa, os desafios operacionais permanecem relevantes. A transição para um modelo digital, com foco em soluções TIC para o mercado corporativo, ainda demanda tempo e investimentos, além de enfrentar forte concorrência de provedores mais ágeis e especializados.
A companhia aposta no fortalecimento da Oi Soluções, que já atende mais de 80% das maiores empresas do Brasil, para recuperar a capacidade de geração de caixa. O avanço em contratos de longo prazo com essas empresas pode ser uma luz no fim do túnel.
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