A sinalização de que Trump pretende taxar todos os setores brasileiros, caso o país entre no pacote tarifário previsto para abril, acende um alerta vermelho para o comércio exterior e para os investidores atentos ao cenário macroeconômico. A declaração veio de uma autoridade da Casa Branca, ouvida pela Folha, que indicou que, se o Brasil for incluído na lista de países considerados “desleais” em suas práticas comerciais com os EUA, a tarifação será ampla, uniforme e sem exceções.
A medida, que Donald Trump deve anunciar oficialmente no próximo dia 2 de abril, integra a promessa de instaurar um novo tarifaço como forma de retaliação econômica a países que, segundo ele, não adotam uma política comercial justa com os Estados Unidos.
O que está em jogo com o tarifaço de Trump
Segundo a autoridade americana, o modelo estudado prevê a aplicação de uma tarifa única sobre todos os bens exportados pelo Brasil aos EUA, sem distinção de setor, produto ou empresa. A abordagem seria “countrywide”, ou seja, aplicada de maneira generalizada a todos os países considerados desleais — e com medidas específicas para cada um deles.
Ainda não está confirmado se o Brasil será de fato incluído nessa rodada de tarifas, mas a simples possibilidade já provoca desconforto entre empresários, exportadores e investidores. Caso se concretize, o impacto pode ser profundo em setores como o agronegócio, siderurgia, têxtil e de manufaturados — todos fortemente presentes na balança comercial entre os dois países.
Trump pretende taxar todos os setores: o que isso significa para o Brasil
Para o Brasil, a notícia é especialmente sensível. Os EUA são um dos principais parceiros comerciais do país, com destaque para produtos como aço, celulose, carne bovina, suco de laranja, minério de ferro, aviões e calçados. Uma tarifa generalizada colocaria esses itens em desvantagem imediata frente a concorrentes de outros países, além de comprometer margens e competitividade das empresas brasileiras.
Investidores e exportadores brasileiros observam com atenção a escalada retórica de Trump, que vem dando sinais de endurecimento comercial caso retorne à presidência dos EUA. A lógica da reciprocidade tarifária, que ele promete implementar, implica uma visão protecionista agressiva, capaz de gerar reações em cadeia no comércio internacional.
O impacto potencial nas relações comerciais e nos mercados
A adoção de tarifas generalizadas, caso se confirme, não afetaria apenas a pauta comercial do Brasil. Também colocaria pressão sobre cadeias de suprimentos integradas, acordos bilaterais em discussão e a atratividade do Brasil como fornecedor estratégico para o mercado americano.
No mercado financeiro, a notícia tende a gerar volatilidade, especialmente em empresas listadas na B3 com forte exposição ao comércio exterior. Exportadoras de commodities e empresas do setor agroindustrial seriam as primeiras a sentir os efeitos de uma tarifa ampla imposta pelos EUA.
Incerteza como vetor de risco
Além do conteúdo em si, o grande problema é a falta de clareza. A autoridade da Casa Branca não especificou se haverá escalonamento, isenções ou período de transição. Tampouco se sabe como serão tratados os acordos firmados anteriormente com o Brasil ou se haverá espaço para negociação diplomática.
Essa opacidade amplia o risco percebido pelos investidores. Num contexto em que a previsibilidade é fator chave para decisões estratégicas, a mera possibilidade de uma guinada protecionista americana representa um fator de cautela e pode travar decisões de exportação e investimentos de médio prazo.
Trump pretende taxar todos os setores
Quando um país como os EUA ameaça aplicar tarifas amplas a um parceiro estratégico como o Brasil, os reflexos são inevitáveis. Da balança comercial ao câmbio, das margens de exportadoras às decisões de investimento, a possível política tarifária de Trump exige atenção redobrada.
Se Trump pretende taxar todos os setores, como indica a Casa Branca, o Brasil terá de reagir — seja via negociação diplomática, seja com estratégias de diversificação de mercados. E o investidor, mais do que nunca, precisará acompanhar os desdobramentos com atenção.
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