O saque-aniversário foi introduzido em 2020 como uma alternativa ao modelo tradicional de saque do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Nesse formato, o trabalhador pode retirar uma parte do saldo do fundo anualmente, no mês de seu aniversário. A intenção era proporcionar uma fonte adicional de renda sem a necessidade de demissão ou outras situações específicas, como a compra de imóveis ou tratamentos de saúde.
No entanto, a escolha pelo saque-aniversário trouxe uma limitação significativa: os trabalhadores que optaram por esse modelo não podiam sacar o saldo total do FGTS em caso de demissão sem justa causa. Essa restrição gerou críticas de sindicatos e especialistas, que argumentavam que muitos trabalhadores não estavam cientes das consequências ao fazer a escolha.
Como funcionará a nova proposta para o FGTS?

O governo federal, liderado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, planeja editar uma Medida Provisória (MP) para permitir que trabalhadores demitidos que optaram pelo saque-aniversário possam acessar seus recursos retidos. A proposta inclui uma regra de transição para garantir que aqueles que já fizeram a escolha possam se beneficiar da mudança.
Além disso, está em discussão a criação de um novo modelo de crédito consignado privado, com taxas de juros mais baixas, para substituir a necessidade de antecipação do saque-aniversário. A ideia é oferecer uma alternativa mais atraente para os trabalhadores, reduzindo a dependência do FGTS como garantia para empréstimos.
Quais são os impactos econômicos da liberação do FGTS?
A liberação dos recursos retidos do FGTS pode injetar até R$ 20 bilhões na economia brasileira. Esse montante tem o potencial de estimular o consumo e a atividade econômica, especialmente em setores como comércio e serviços. No entanto, especialistas alertam para possíveis impactos inflacionários, já que o aumento da circulação de dinheiro pode pressionar os preços.
O setor da construção civil, que tradicionalmente utiliza recursos do FGTS para financiar projetos de infraestrutura e habitação, também expressou preocupações. A liberação dos recursos pode reduzir a disponibilidade de fundos para esses projetos, impactando a geração de empregos no setor.
FGTS Digital: Modernização e eficiência
Paralelamente às mudanças nas regras de saque, o governo está implementando o FGTS Digital, uma nova plataforma para a gestão do fundo. A ferramenta visa simplificar e modernizar o processo de recolhimento do FGTS pelos empregadores, reduzindo a burocracia e aumentando a eficiência do sistema.
A expectativa é que o FGTS Digital facilite o acesso às informações e serviços relacionados ao FGTS, tanto para os trabalhadores quanto para os empregadores. Até março de 2025, o novo sistema de crédito consignado pelo eSocial deve entrar em operação, permitindo que as empresas registrem informações trabalhistas e previdenciárias de seus empregados de forma mais ágil.
O que dizem os sindicatos sobre o FGTS?
Líderes sindicais têm se manifestado favoravelmente à liberação do FGTS. Eles argumentam que a medida corrige uma injustiça com os trabalhadores que, muitas vezes, não estavam cientes das restrições do saque-aniversário. Para os sindicatos, a liberação dos recursos é essencial para que os trabalhadores possam lidar com suas necessidades financeiras imediatas e contribuir para o crescimento econômico.
Enquanto o governo avança com as mudanças, é fundamental que os trabalhadores estejam bem informados sobre seus direitos e as novas regras do FGTS. A modernização do sistema, por meio do FGTS Digital, e a criação de alternativas de crédito mais acessíveis são passos importantes para garantir que o fundo continue cumprindo seu papel de proteção social e econômica para os trabalhadores brasileiros.
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