Imperador do Japão recebe Lula e Janja com jantar

O presidente Lula (PT) e a primeira-dama, Janja da Silva, foram recebidos pelo imperador do Japão, Naruhito, e pela imperatriz, Masako, na manhã de ontem (25), noite da segunda-feira (24) no Brasil. O imperador procurou usar o português para pedir a Lula que entrasse no palácio. “Por favor”, disse, em uma das mudanças feitas no protocolo.

Também estiveram presentes à recepção o primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, e o príncipe herdeiro, Akishino, irmão do imperador. Por parte do Brasil, foram ministros e os presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre. É a primeira visita de Estado ao Japão desde 2019, antes da pandemia de coronavírus, quando o americano Donald Trump esteve no palácio no final do primeiro mandato dele como presidente dos Estados Unidos.

No banquete, em segundo encontro à noite, em discurso, Lula afirmou que Brasil e Japão são parceiros estratégicos que compartilham “valores como a democracia e o multilateralismo”. Citando a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, que o Brasil organiza para novembro deste ano, acrescentou: “Contamos com o firme engajamento do Japão na COP30, em Belém do Pará”.
O imperador lembrou a primeira vez em que viajou ao Brasil, em 1982, e foi “calorosamente recebido pelo então presidente, João Baptista Figueiredo, e pelo povo brasileiro”. À época, o imperador era o avô dele, Hirohito (1901-1989). Depois também por Lula, em 2008, quando Naruhito já era príncipe herdeiro, e o imperador era o pai dele, Akihito, que renunciou ao trono em 2019.

Segundo a Agência da Casa Imperial, na primeira conversa, após Lula expressar gratidão pela cooperação japonesa para a indústria automobilística, entre outros setores, o imperador comentou estar encantado. E a imperatriz, após Janja citar as próprias ações dela pelos direitos humanos das mulheres, comentou: “Fiquei muito impressionada com os vários esforços que você está fazendo”.

Entre as mudanças protocolares, foram introduzidas canções brasileiras na recepção, como “Asa Branca”, de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, sendo tocadas por uma banda japonesa na saída do encontro. Segundo a Casa Imperial, até então somente eram apresentados os hinos nacionais e músicas japonesas nas visitas de Estado.

A mudança teria ocorrido porque o casal imperial quis relaxar Lula e Janja o máximo possível. Na mesma direção, para a noite foram convidadas personalidades conhecidas dos brasileiros. Mas a maior novidade era que a filha mais velha do imperador, Aiko, de 23 anos, faria a estreia dela no banquete imperial.
Também pela primeira vez, o código de vestimenta foi mudado para “roupas civis”, aceitando pedido da delegação brasileira. Pela manhã, Lula foi presenteado com uma peça de porcelana ruri e homenageado com o Grande Cordão da Suprema Ordem do Crisântemo, maior condecoração japonesa. Janja recebeu uma bolsa confeccionada com a técnica Saga-Nishiki e o Grande Cordão da Ordem do Tesouro Sagrado.

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