O Ministério Público Eleitoral de Minas Gerais arquivou uma investigação contra o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) relacionada a críticas feitas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante a campanha eleitoral de 2022. A apuração tratava de postagens do parlamentar sobre a visita de Lula ao Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, quando o petista usou um boné com a sigla “CPX”.
Na época, adversários políticos acusaram Lula de fazer apologia a facções criminosas, tese classificada como falsa por aliados do petista. Ao analisar as manifestações de Nikolas Ferreira, o MP concluiu que as declarações não configuravam crime e se tratavam de “narrativas de fatos genéricos, vagos e imprecisos”.
No despacho que determinou o arquivamento do caso, o MP sustentou que as provas anexadas à investigação não mencionavam diretamente Nikolas Ferreira.
“Forçoso consignar que foram juntadas notícias colhidas em fontes abertas, publicadas à época dos fatos sob apuração, referentes à disseminação de informações relacionadas à utilização da expressão CPX no período das eleições de 2022, nenhuma, contudo, mencionando o investigado”, afirmou o órgão.
A decisão também apontou que as publicações do deputado não associavam a sigla CPX a qualquer organização criminosa nem faziam ligação direta entre Lula e grupos ilícitos.
“Não faz o investigado N. F. (…) qualquer menção de que a sigla CPX significa a palavra cupincha nem, tão pouco, faz qualquer menção que o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva pertença a qualquer organização criminosa”, concluiu o documento.