Ações da Gol e Azul disparam após ministro anunciar prazo para fusão

As ações da Gol (GOLL4) operam em forte valorização nesta quinta-feira (6), subindo 12,14%, a R$ 1,57 e a Azul (AZUL4) registra alta de 4,47%, a R$ 3,97, após o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, declarar que o governo espera que a fusão entre as companhias seja concluída em até 12 meses.

A afirmação ocorreu durante o programa “Bom Dia, Ministro”, transmitido pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Segundo Costa Filho, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) estabeleceu um prazo de 12 meses para analisar e aprovar a fusão entre as empresas, que já estão fornecendo a documentação necessária para o processo.

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Volume de negociação de Gol e Azul dispara no mercado

Além da alta das ações, o volume de negociação das ações da Gol também é destaque. Ao longo do pregão, os papéis já movimentaram mais de R$ 24 milhões, acima dos R$ 13,3 milhões registrados no pregão anterior.

Já as ações da Azul aparecem entre as maiores altas do Ibovespa, um dia após os papéis da companhia registrarem queda de 8% após anunciar aumento de capital de até R$ 6,1 bilhões.

Monitoramento da fusão

O ministro Silvio Costa Filho deve se reunir na próxima semana com o presidente do Cade, Alexandre Cordeiro Macedo, para acompanhar a evolução do processo. Segundo ele, o governo estará atento aos impactos da fusão sobre os preços das passagens aéreas.

“Caso essa fusão venha a acontecer, não vamos aceitar aumentos de passagens que prejudiquem a população. O Cade tem que ter um olhar para isso”, afirma.

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Possíveis desafios regulatórios para fusão

Especialistas do Cade alertam para possíveis dificuldades ao longo do processo, que podem acarretar desafios regulatórios para a fusão entre Gol e Azul. Embora a fusão resulte em uma alta concentração de mercado, chegando a representar até 70% em algumas rotas, o que é considerado um fator de atenção, a principal preocupação dos reguladores diz respeito à distribuição dos slots nos aeroportos mais movimentados do país.

Esses slots, que representam os horários autorizados para pousos e decolagens nos aeroportos, são um dos principais entraves para a fusão. A concentração desses slots nos aeroportos de Congonhas (SP) e Santos Dumont (RJ) levantou questionamentos entre os reguladores, que buscam soluções para garantir a concorrência justa no setor.

Uma das alternativas cogitadas foi a redistribuição de parte desses slots para empresas menores ou companhias estrangeiras que operam na América Latina. Caso essa redistribuição não ocorra de maneira equilibrada, concorrentes diretos da nova fusão, como a Latam, devem contestar o negócio junto ao Cade.

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Outro fator que pode influenciar a análise do Cade seria a recuperação judicial da Gol nos Estados Unidos, conduzida pelo chamado Chapter 11. Os conselheiros do Cade avaliam que existem dúvidas sobre a capacidade da companhia de sair dessa situação sem o suporte de uma fusão com a Azul.

Apesar de os representantes da Azul e do grupo Abra terem afirmado ao Cade que a fusão seria cancelada caso a Gol não consiga superar sua recuperação judicial, muitos analistas acreditam que essa situação pode ser usada como argumento a favor da fusão.

Em um cenário onde a Gol esteja em risco de colapso financeiro, a fusão poderia ser vista como a única alternativa viável para manter a empresa operante.

Concorrência pode se mobilizar contra a fusão

Espera-se que as empresas concorrentes apresentem resistência caso percebam que a nova empresa Azul-Gol resulta em vantagem competitiva excessiva. Para minimizar essa possibilidade, o Cade deve garantir que os slots sejam divididos de maneira mais equilibrada entre os principais players do setor e garantir que Latam, Gol e Azul tenham participações semelhantes nos principais terminais aéreos do país.

Até o momento, o pedido de fusão entre Azul e Abra ainda não foi oficialmente notificado ao Cade. No entanto, técnicos da Superintendência-Geral do órgão iniciaram uma fase preliminar de análise do caso, conhecida como “pré-notificação”.

Nessa etapa inicial, as partes envolvidas ajustam o formato final da documentação para que o processo seja formalmente apresentado ao Cade, com previsão de que isso aconteça até o fim de março deste ano.

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