O dólar à vista fechou esta quinta-feira (6) em queda de 0,52%, cotado a R$ 5,76. A desvalorização da moeda americana ocorreu em meio ao aumento do fluxo de capital estrangeiro para o Brasil e à valorização do minério de ferro, que impulsionou as ações da Vale.
Durante o dia, a moeda chegou a tocar a mínima de R$ 5,7488, refletindo o otimismo do mercado com a possível ausência de novas medidas agressivas na guerra comercial entre Estados Unidos e China.
No acumulado dos primeiros quatro pregões de fevereiro, a moeda americana já recua 1,25%, reduzindo sua valorização no ano para 6,74%.
Os investidores agora aguardam a divulgação do relatório de empregos dos EUA (payroll) nesta sexta-feira (7), que pode influenciar as apostas sobre os próximos passos do Federal Reserve em relação à política de juros.
Investidores estrangeiros e alta da Vale impulsionam o real
O fortalecimento do real foi impulsionado por um aumento no fluxo de entrada de dólares no Brasil, com investidores estrangeiros buscando oportunidades na Bolsa.
O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, operou em alta, com destaque para a valorização de quase 2% das ações da Vale, influenciada pelo avanço do minério de ferro no mercado internacional.
Política tarifária dos EUA e impacto no câmbio
A percepção de que o governo dos Estados Unidos adotará uma abordagem gradual em relação à guerra comercial tem beneficiado moedas emergentes, incluindo o real.
A decisão do governo americano de adiar o aumento de tarifas para México e Canadá reduziu a pressão sobre moedas latino-americanas, exceto o peso mexicano, que sofreu impacto após o Banco Central do México cortar sua taxa básica de juros de 10% para 9,50%.
O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, reforçou que a política de dólar forte permanece inalterada e que o país atuará para evitar que outras nações desvalorizem artificialmente suas moedas para obter vantagens comerciais.
Fatores internos influenciam o real
Além do cenário externo, fatores domésticos também contribuem para a valorização do real. Em entrevista ao Estadão Broadcast, Ricardo Chiumento, superintendente da mesa de derivativos do BS2, disse que o Brasil tem se beneficiado do diferencial de juros, tornando o real mais atraente para operações de carry trade (estratégia em que investidores tomam empréstimos em moedas de baixo rendimento para aplicar em moedas com juros mais altos).
Por outro lado, a incerteza fiscal do Brasil ainda é um fator de cautela para investidores. O mercado avalia que há um suporte forte para o dólar em R$ 5,70, o que pode limitar novas quedas da moeda americana no curto prazo.
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