A transição energética tem se consolidado como uma das prioridades globais para o combate às mudanças climáticas e a redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE). Nesse contexto, a China desponta como um parceiro estratégico para a América Latina, segundo um estudo publicado recentemente pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O país asiático tem se destacado no financiamento de projetos de energia renovável, na promoção de indústrias verdes e na cooperação técnica, contribuindo significativamente para o desenvolvimento de um modelo energético mais sustentável na região.
O estudo utiliza o Índice de Transição Energética (Energy Transition Index – ETI), do Fórum Econômico Mundial, para avaliar as condições da América Latina nesse processo. Segundo Marco Aurélio Alves de Mendonça, técnico de planejamento e pesquisa do Ipea e coautor do estudo, o ETI oferece uma visão abrangente da transição energética, ainda que não seja um mecanismo perfeito. “Os índices são sempre desafiadores, mas o ETI é, no momento, um dos melhores indicadores para compreender esse fenômeno tão relevante na contemporaneidade”, afirma.
A América Latina abriga 9% da população mundial, responde por 6% da produção global de energia e é responsável por 4% das emissões anuais de GEE. A região é caracterizada por uma grande diversidade em termos de recursos naturais, infraestrutura energética e políticas ambientais, o que impacta diretamente sua capacidade de avançar na transição energética. De acordo com os dados do ETI de 2023, os países latino-americanos mais avançados nesse processo são Brasil (65,9 pontos), Uruguai (63,6), Costa Rica (63,5) e Chile (62,5), todos situados entre os 30 primeiros no ranking global.
Embora a China ainda enfrente desafios devido à sua alta dependência do carvão e às elevadas emissões de GEE, o país tem liderado investimentos globais em tecnologias de baixo carbono, incluindo energia solar, eólica e veículos elétricos. Segundo o estudo do Ipea, a China pode ser uma peça-chave na transição energética latino-americana ao fornecer recursos financeiros, insumos e tecnologias que auxiliem a região a enfrentar o chamado trilema da energia: garantir segurança energética, equidade e sustentabilidade ambiental. Para transformar essa transição em realidade, o estudo recomenda o fortalecimento de políticas de eficiência energética, a expansão das fontes renováveis e o estímulo a parcerias regionais e internacionais, principalmente com a China.
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