Com alta do ICMS, gasolina, etanol e diesel ficam mais caros a partir deste sábado

Os preços da gasolina, etanol e diesel vão subir em todo o Brasil a partir deste sábado (1º). O aumento se deve a reajustes no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para todos os combustíveis e a um ajuste adicional no preço do diesel, que está defasado em relação ao mercado internacional.

Segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), o diesel apresenta uma defasagem de 15% em relação aos preços externos, enquanto a gasolina está defasada em 6%.

Reajuste do diesel

O diesel terá dois aumentos:

  • Um acréscimo de R$ 0,22 por litro para as distribuidoras;
  • Um aumento de R$ 0,06 no ICMS, elevando o imposto médio para R$ 1,12 por litro.

Com isso, o preço do litro do diesel para as distribuidoras passará a ser de R$ 3,72.

Gasolina e etanol também sobem

Para a gasolina e o etanol, o aumento será apenas no ICMS, com um reajuste médio de R$ 0,10 por litro, o que elevará o valor do imposto para R$ 1,47.

Impacto econômico e no transporte

O aumento do diesel preocupa o setor de transportes. Segundo Carlos Panzan, presidente da Federação das Empresas de Transporte de Carga do Estado de São Paulo (FETCESP):

“O diesel representa cerca de 35% dos custos operacionais no transporte rodoviário de cargas. O repasse desse aumento ao valor do frete pode levar até quatro meses, devido à necessidade de negociações e ajustes contratuais.”

O impacto será sentido também no preço dos alimentos e no custo do frete, afetando diretamente o consumidor final.

“No Brasil, quase tudo é transportado por caminhões. Se o custo do frete aumenta, esse valor é repassado para os produtos e, consequentemente, para o consumidor”, afirmou José Alberto Gouveia, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo (Sincopetro).

Reflexo na inflação

O economista Alexandre Espírito Santo, da Way Investimentos, alerta que o aumento do diesel terá um impacto indireto, mas significativo, na cadeia de produtos. Já o reajuste da gasolina terá efeito direto sobre o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o principal indicador da inflação no Brasil.

Em 2024, a inflação dos alimentos foi de 8,23%, enquanto o IPCA geral fechou o ano em 4,83%, acima da meta estipulada pelo governo.

Diante do cenário, o Banco Central pode manter a política de aumento das taxas de juros para tentar conter o avanço da inflação.

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