De olho em 2026, oposição ao governo Elmano reforça críticas na segurança pública

As principais lideranças da oposição no Ceará estão unidas em um tema para focar nas críticas ao governo de Elmano de Freitas (PT): a segurança pública. Esse já foi um dos assuntos mais lembrados pelos candidatos na eleição pela Prefeitura de Fortaleza e, agora, deve ficar ainda mais evidente entre os opositores até 2026, quando haverá eleição para o Governo do Estado, principal ente público responsável pela promoção da segurança.

Na última semana, o ex-prefeito Roberto Cláudio (PDT) e o ex-deputado Capitão Wagner (União Brasil) destacaram levantamento do Ministério da Justiça e Segurança Pública que apontou que o Ceará foi o estado com a maior taxa de assassinatos do país em 2024, com 35,44 homicídios a cada 100 mil habitantes. Foram 3.272 homicídios nesse último ano. Além disso, o estado teve um aumento no número de homicídios, depois de três anos com uma tendência de queda ou estabilidade.

Em manifestação pelas redes sociais, Roberto Cláudio associou falou do aumento na violência e relacionou a “escândalos de corrupção”, sem especificar a qual escândalo se referia. Ele cobrou respostas do Estado para o problema.

“Ceará com a segunda mais alta taxa de assassinatos do Brasil. Escândalos de corrupção na política do Ceará sendo notícia nacional. Facção e corrupção de mãos dadas. Até agora, só o silêncio oficial. Tempos de decadência moral em nosso estado. É preciso reagir”, escreveu RC.

Também pelas redes sociais, Capitão Wagner criticou uma decisão judicial que havia liberado detentos para participar do Sana 2025, evento em Fortaleza sobre cultura pop e voltado principalmente ao público jovem. Os presos em questão cumprem penas pelos crimes de feminicídio e estupro de vulnerável.

“O governo do PT, do governador Elmano de Freitas, criou a saidinha para que bandidos venham se divertir no Sana. É por isso que o estado do Ceará é o segundo estado com maior número de assassinatos em todo o país”, disse Wagner.

A decisão da Justiça foi em seguida revogada. A medida havia sido autorizada anteriormente a pedido da Diretoria da Unidade Prisional de Aquiraz, onde os presos cumprem as penas.

Outro fato que também mobilizou a oposição no Ceará recentemente foi a morte brutal do policial militar Francisco Ricardo Silveira Neto, de 51 anos. No último dia 15, o subtenente foi assassinado com dezenas de tiros enquanto se dirigia ao trabalho, no Bairro Pirambu, em Fortaleza. O caso foi repercutido também por Roberto Cláudio e Capitão Wagner.

Os dois disputaram o Governo do Estado na eleição de 2022 e seguem como nomes possíveis para uma chapa de oposição.

As últimas críticas de RC e CW foram rebatidas pelo secretário-chefe da Casa Civil do Ceará, Chagas Vieira, que divulgou nota também pelas redes sociais direcionada aos dois: “Que moral tem organizador de motim para falar de segurança? E que moral tem o padrinho da pior gestão da história de Fortaleza, que ainda se aliou à extrema-direita, para falar de soluções para o Governo? Oposição é importante. Mas, quando age com hipocrisia vira piada”.

Em outra publicação, Chagas ainda acusou os opositores de buscarem criar instabilidade política com fins eleitorais. “Anote: próximo passo da turma que cresceu na política fazendo motim será tentar insuflar a tropa, visitar quartéis ‘denunciando qualquer coisa’ e atacar o Governo em tudo. Ano véspera de eleição ao Governo é sempre assim. Não ajudam em nada. Para eles, quanto pior, melhor”.

A segurança pública é vista como o maior desafio do governo Elmano. Escalada da violência em meados do ano passado levou à troca do titular da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS). A gestão passou a considerar a área como prioridade, apostando mais na integração e no fortalecimento das forças de segurança; inteligência; tecnologia e apoio institucional, inclusive, do governo federal.

Escalada da violência em 2024 levou à troca do titular da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social | Foto: Divulgação/Governo do Estado

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