Caso seja confirmada morte no CE, Nordeste terá dois óbitos fetais por oropouche

Com casos de febre oropouche confirmados, o Nordeste pode estar diante da segunda morte de feto pela doença. A Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa/CE) investiga se um feto com oito meses de gestação faleceu em decorrência de oropouche, no fim de semana. A confirmação, caso ocorra e a depender de quando, pode ser também a segunda do Brasil. Ao jornal O Estado, a Sesa informou nessa segunda-feira (12) que o “óbito fetal está em investigação” e que a previsão é a de que saia “uma nota técnica até a próxima semana com as informações”.

O óbito do primeiro feto no país ocorreu em Pernambuco e foi confirmado pela Secretaria de Saúde do Estado no início deste mês. A gestante que perdeu o bebê no Ceará tem 40 anos e mora no Município de Baturité, mas foi atendida na cidade de Capistrano, que também compõe o Maciço de Baturité.
A informação da morte foi divulgada na manhã de ontem pela secretária da Saúde do Ceará, Tânia Coelho, durante o seminário temático “Febre do Oropouche: como enfrentar a arbovirose no Ceará”. Também conforme a titular da Sesa, 60% das doenças infecciosas registradas em humanos são causadas por animais, incluindo o mosquito.

O Ceará não é considerado região endêmica da doença. A endemia acontece quando uma patologia é recorrente em uma área, mas sem aumentos significativos no número de casos, manifestando-se com frequência e seguindo um padrão.
Caso haja alta incidência e persistência da doença, pode ser chamada de hiperendêmica. O mais recente boletim da Sesa, datado do último dia 8, aponta que neste ano houve registro de 122 casos de febre do oropouche, quatro em gestantes. No total, seis cidades compõem o raio de diagnóstico da doença no Ceará: Aratuba (32), Pacoti (29), Mulungu (26), Capistrano (12), Redenção (20) e Palmácia (3).

O titular da Secretaria de Vigilância Sanitária da Sesa (Sevig), Antonio Silva Lima Neto, explicou que a doença, historicamente registrada apenas na Região Norte do Brasil, está se expandindo para outros estados e que a expectativa local é a de preparar a rede de saúde para prestar atendimento adequado à população. A declaração do gestor foi dada no seminário temático. “Esse é o momento que a gente escolheu para trabalhar a vigilância até o controle do transmissor da doença, além do tratamento. A Bahia identificou os dois primeiros óbitos [duas mulheres adultas] já ocorridos no mundo.”

Ainda segundo Antonio Silva Lima Neto, o primeiro caso da doença no Ceará foi registrado em maio deste ano. “Nós tivemos o primeiro caso reportado no município de Pacoti, ainda em meados de maio. E, ao longo desses dois últimos meses, a gente vem registrando sempre naquela região do Maciço do Baturité e são casos muito típicos, por enquanto. São casos que cursam com febre, muita dor de cabeça, dor no corpo. Muito parecido com a dengue.”

A Sesa acrescentou que grande parte dos 122 casos confirmados no Estado ocorreu em pessoas que residem ou frequentam as zonas rurais dos respectivos municípios onde moram.

Por Kelly Hekally

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