Gabriel Galípolo é aprovado pela CAE para presidir o Banco Central

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal aprovou, por unanimidade, a indicação de Gabriel Galípolo para o cargo de presidente do Banco Central (BC). Escolhido pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva, Galípolo recebeu 26 votos favoráveis nesta terça-feira (8/10), após uma sabatina de quase quatro horas. Agora, a nomeação segue para o plenário do Senado antes de ser oficializada pelo Executivo.
Essa é a primeira vez que o Senado vota para o comando do BC desde que a autonomia da instituição foi sancionada, em 2021. O atual presidente, Roberto Campos Neto, finaliza seu mandato em 31 de dezembro, e a posse de Galípolo dependerá da publicação do decreto de nomeação.

Foco
Durante a sabatina, Galípolo destacou que o presidente Lula garantiu a ele plena liberdade para tomar decisões no BC. “O desempenho da função deve ser orientado exclusivamente pelo compromisso com o povo brasileiro”, afirmou. Galípolo também ressaltou que, ao longo de sua trajetória no BC, já experimentou diferentes cenários de política monetária, ajustando a taxa Selic conforme necessário, sem sofrer pressões do governo.
Galípolo abordou a autonomia do BC, afirmando que o tema suscita debates acalorados, mas defendeu que a independência da instituição não significa que ela esteja descolada do poder democraticamente eleito. “O Banco Central deve perseguir as metas estabelecidas por esse poder”, pontuou. O economista fez questão de destacar seu bom relacionamento com o atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, e lamentou não ter contribuído mais para melhorar a relação entre Campos Neto e o Executivo.

Desafios
No comando do BC, Galípolo enfrentará o desafio de conquistar a confiança do mercado financeiro, que tem demonstrado receios sobre um possível relaxamento no combate à inflação a partir de 2025, quando o Comitê de Política Monetária (Copom) terá maioria de membros indicados pelo presidente Lula. Galípolo reafirmou o compromisso com o controle da inflação e disse que a autoridade monetária seguirá uma linha conservadora para atingir as metas estabelecidas. A meta de inflação fixada para 2024 é de 3%, com um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Isso significa que o Banco Central terá como objetivo manter a inflação entre 1,5% e 4,5%.

Carreira
Gabriel Galípolo, de 42 anos, é atualmente diretor de Política Monetária do Banco Central. Antes disso, foi braço direito do ministro Fernando Haddad (Fazenda) e um dos principais conselheiros econômicos de Lula durante a campanha presidencial de 2022. Graduado e mestre em economia pela PUC-SP, tem uma trajetória diversificada, que inclui passagens pela administração pública e pela presidência do banco de investimentos Fator. Com uma sólida experiência tanto no setor público quanto privado, assume a missão de liderar o Banco Central em um momento crucial para a economia brasileira.

O post Gabriel Galípolo é aprovado pela CAE para presidir o Banco Central apareceu primeiro em O Estado CE.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.