Com a chegada da “super quarta”, o mercado espera o anúncio de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed), por volta das 15h (horário de Brasília), que deve oficializar o primeiro corte nos juros dos Estados Unidos desde 2020; e em seguida a entrevista coletiva, às 15h30, que deve ajudar a projetar o ciclo total de queda dos juros.
O mercado aposta majoritariamente em um corte de 0,50 bps, mas não descarta surpresas, uma vez que há poucos dias as projeções miravam uma dose de 25pbs.
No Brasil, a expectativa pela decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) pelo percentual de alta da Selic às 18h30 movimenta o mercado em compasso de espera entre os investidores.
Manchetes desta manhã
- Investimento federal atinge R$ 32 bi no acumulado do ano, o maior desde 2016 (Valor)
- Exportação cresce e superávit do petróleo é recorde (Valor)
- Governo libera crédito de R$ 514 milhões contra queimadas – Combate ao fogo tem mais verba, mas falta acordo sobre penas (Globo)
- Governo antecipa legalização de bets após projetos contra apostas (Folha)
- Ações contra a Previdência devem custar R$ 132,6 bilhões à União (Estadão)
- Inflação anual ao consumidor na zona do euro desacelerou para 2,2% em agosto ante 2,6% em julho. Na comparação mensal, o dado veio abaixo da expectativa do mercado, que era de 0,1% ante consenso de +0,2%. O núcleo teve alta anual de 2,8% e crescimento mensal de +0,3%
Mercado global
As bolsas da Europa abriram em baixa, com incertezas sobre o corte nos juros nos Estados Unidos e projeções dos investidores de alta de 0,3% no índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) em agosto, para o Reino Unido e de 0,1% para a Zona do Euro.
Já as bolsas da Ásia seguiram sem direção única, com o mercado da China continental fechado nos últimos dias devido ao feriado.
Em Nova York, o Dow Jones futuro registra alta de 0,15%, S&P 500 futuro sobe 0,15% e o Stoxx Europe recua 0,39%.
Confira os principais índices do mercado:
- S&P 500 Futuro: +0,15%
- STOXX 600: -0,39%
- FTSE 100: -0,58%
- Nikkei 225: +0,49%
- Hang Seng: Mercado fechado por feriado local
- Shanghai SE Comp.: +0,49%
- MSCI EM: -1,81%
- Dollar Index: -0,16%
- Yield 10 anos: -0,02 bps a 3,662%
- Petróleo WTI: -1,53% a US$ 70,10 barril
- Bitcoin: -0,57% a US$ 59.841,00
Commodities
- Petróleo: recuou após duas sessões de ganhos, motivado pelo relatório do API compensando a tensão no Oriente Médio e a decisão do Fed. Cotação está a 70,10 o barril e o Brent a US$ 72,69. O WTI/out, -0,7%, para US$ 70,73.
- Minério de ferro: fechou em forte queda de -4,12% em Dalian cotado a US$ 95,26/ton. Em Cingapura, os contratos fecharam em queda com o futuro a -1,84% a US$ 90,80/ton e o mercado à vista também recuou 0,85%, sendo negociado a US$ 91,40/ton.
Expectativa do mercado sobre o corte de juros nos EUA
O grande destaque do dia é a possível decisão do Fed, que pode anunciar o primeiro corte de juros desde o início do ciclo de aperto monetário, que teve início em 2022 para controlar a inflação.
O consenso do mercado indica uma redução de 0,25 ponto percentual (p.p.), mas existe uma chance de 65% de um corte maior, de 0,50 p.p., de acordo com o CME Group.
Se o corte de 0,50 p.p. se confirmar, poderá abrir caminho para uma queda acumulada de até 125 pontos-base ao longo dos próximos meses, o que traria um impacto significativo para o mercado financeiro global. A redução nos juros nos EUA pode enfraquecer o dólar, beneficiando moedas de mercados emergentes, como o real.
Selic deve subir no Brasil
Enquanto nos EUA há expectativa de corte, no Brasil, a previsão é de aumento da taxa Selic. O Banco Central deve elevar os juros em 0,25 p.p., o que levaria a taxa básica para 10,75% ao ano.
Essa alta, que não era amplamente esperada no início de 2024, é uma resposta às pressões inflacionárias internas, especialmente causadas pela alta dos alimentos devido à seca.
Ainda que a maioria dos investidores aposte em uma alta moderada, há uma chance de 20% de o Copom decidir por um aumento maior, de 0,50 p.p., o que pode aumentar a volatilidade nos mercados de juros futuros.
Cenário Internacional
Nos Estados Unidos, além da decisão sobre política monetária, aconteceu hoje a divulgação dos pedidos de hipotecas no país na semana até 13 de setembro, às 8h, pela Associação de Bancos Hipotecários (MBA, na sigla em inglês).
O índice construção de novas moradias e permissão para novas obras de agosto seguiu às 9h30. Ainda hoje, o Departamento de Energia (DoE) norte-americano deve divulgar o volume dos estoques de petróleo para a semana encerrada em 13 de setembro, logo mais às 11h30.
Cenário nacional
Além da esperada decisão do Copom, às 18h30, que mantém a expectativa entre os investidores, às 10h (horário de Brasília) o IBGE apresentou a pesquisa de Inovação semestral. No mesmo horário, saiu a divulgação da sondagem industrial de agosto, pela Confederação Nacional da Industria (CNI).
Ainda na agenda do dia, o Banco Central deve divulgar às 14h30, o fluxo cambial da semana encerrada em 13 de setembro.
No mercado financeiro brasileiro, ontem o dólar recuou 0,39%, a R$ 5,48, em queda pela quinta sessão consecutiva; enquanto o Ibovespa registrou leve queda de 0,12%, aos 134.960 pontos, influenciado pelas expectativas sobre a divulgação que deve ocorrer hoje aqui, pelo Copom, e pelo Fed, nos Estados Unidos.
O mercado cambial deve manter a volatilidade baixa até a divulgação das decisões dos bancos centrais. Após os anúncios, espera-se uma oscilação mais intensa, com impacto tanto no dólar quanto na bolsa brasileira.
Destaques no mercado corporativo
- Azul: As ações da companhia subiram 13,3% no último pregão, negociadas a R$ 6,22, e acumulam alta de 47,4% nos últimos sete dias. A empresa está em negociação com arrendadores de aeronaves para otimizar sua estrutura de capital, conforme o plano de 2023.
- Cemig: aprovou pagamento de R$ 472,5 milhões em Juros sobre Capital Próprio (JCP), com pagamentos programados para ocorrer em duas parcelas no ano de 2025, a primeira para junho e a segunda com vencimento até dezembro.
- TIM: empresa vai distribuir R$ 300 milhões em Juros sobre Capital Próprio (JCP), considerando para o pagamento a base acionária em 23 de setembro.
- Citi: reduziu o preço-alvo da Azzas 2154 de R$ 72 para R$ 62, mantendo a recomendação de compra.
- Bradesco BBI: elevou os preços-alvo de Iguatemi, Allos e Multiplan, reiterando a recomendação de compra
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