Nova correção do IR amplia isenção e beneficia quem ganha até R$ 3.036 por mês

A partir de maio, a tabela do Imposto de Renda passa por nova correção e promete aliviar o bolso de milhões de brasileiros, especialmente os de renda mais baixa. A Medida Provisória enviada ao Congresso pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) atualiza os valores da primeira e segunda faixas da tabela progressiva mensal, isentando do tributo quem recebe até R$ 3.036 por mês, o equivalente a dois salários mínimos em 2025.

A mudança ocorre após a sanção do Orçamento de 2025, assinada por Lula na última sexta-feira (11/04), o que permitiu a correção da tabela até então congelada. Com a medida, a faixa de isenção, que antes abrangia rendas de até R$ 2.259,20, passa para R$ 2.428,80, um reajuste de 7,5%. Quando somado ao desconto simplificado de R$ 607,20, esse valor alcança os R$ 3.036 de isenção real. Já a segunda faixa, com alíquota de 7,5%, passa a cobrir rendimentos de R$ 2.428,81 até R$ 2.826,65.

Apesar de a correção beneficiar especialmente os que estão nas faixas mais baixas de rendimento, ela se aplica a todos os contribuintes. Isso acontece porque a cobrança do IR é feita de forma escalonada, atingindo apenas a parcela do salário que ultrapassa cada faixa. Ou seja, mesmo os que recebem acima do teto da tabela atual se beneficiam proporcionalmente da mudança.

A Receita Federal estima uma renúncia fiscal de R$ 3,29 bilhões em 2025 em função da nova medida, um impacto limitado, já que ela só entra em vigor a partir de maio. Em 2026, esse valor deve subir para R$ 5,34 bilhões e chegar a R$ 5,73 bilhões em 2027, quando o efeito será anualizado.
Contudo, a correção está longe de atender às expectativas de entidades como a Unafisco Nacional. A associação de auditores fiscais aponta que, para repor toda a defasagem acumulada ao longo dos anos, seria necessária uma elevação de 130% na faixa de isenção e de 176% nas demais faixas. Para críticos, a medida do governo é um avanço tímido diante da corrosão histórica da tabela pela inflação.

Paralelamente à Medida Provisória, tramita no Congresso um projeto de lei assinado por Lula em março que prevê a isenção total do IR para quem ganha até R$ 5 mil por mês. Diferente da tabela escalonada, o projeto cria um corte direto que beneficiaria exclusivamente os contribuintes com renda dentro desse teto, com impacto indireto para quem ganha até R$ 7 mil.

A proposta, mais ambiciosa e de tramitação mais lenta, está sendo discutida entre os parlamentares. Um dos pontos em debate é a forma de compensar a perda de arrecadação federal. Enquanto o governo propõe maior tributação sobre os mais ricos, setores do Congresso defendem uma carga extra sobre bancos e instituições financeiras.

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