O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, encerrou o pregão desta quinta-feira (10) em queda de 1,13%, aos 126.354,75 pontos. O baixo desempenho do índice foi motivado por mais um desdobramento da guerra comercial entre China e Estados Unidos, após Trump anunciar que as tarifas dos EUA sobre produtos importados da China somam 145% e não os 125% conforme divulgado anteriormente.
No final do dia, Donald Trump disse que deseja alcançar um acordo com a China e que autoridades chinesas já teriam iniciado contato para retomar as negociações.
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O mercado internacional foi surpreendido na manhã desta sexta-feira (11) com uma nova retaliação da China, em resposta às taxas de 145% anunciados por Trump. O país elevou as tarifas contra os produtos importados dos EUA de 84% para 125%, que entram em vigor a partir deste sábado.
Pequim disse, ainda, que não vai igualar eventuais novas elevações de tarifas pelos EUA. Segundo o governo, as importações americanas não são mais comercializáveis nos níveis atuais.
Em paralelo ao novo cenário da guerra comercial, destaque para o discurso de Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu (BCE) e declarações de membros do Federal Reserve (Fed).
Hoje também inicia a temporada de balanços corporativos nos Estados Unidos. Antes da abertura do mercado, saem os resultados de JP Morgan, Wells Fargo e Morgan Stanley.
No Brasil, o foco está voltado para IPCA de março de 0,56%, que ficou 0,75 ponto percentual abaixo da taxa de fevereiro (1,31%). Esse foi o maior IPCA para um mês de março desde 2003 (0,71%).
Refletindo os primeiros momentos pós-retaliação da China contra as tarifas dos EUA, o dólar abriu em queda de 1,03%, a R$ 5,83 e dólar futuro recua 0,76%, a R$ 5,85. Os juros futuros abriram em queda; com Jan/27 em viés de alta a 14,515%. Já o Ibovespa futuro sobe 0,52%, aos 127.115 pontos.
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Manchetes desta manhã
- China revida com tarifas de 125% sobre produtos dos Estados Unidos (Valor)
- Escalada na guerra comercial entre EUA e China volta a derrubar mercados globais (Valor)
- Tarifaço já afeta empresas, Bolsas caem, e Trump vê ‘custo de transição’ (O Globo)
- Tarcísio mantém avaliação positiva, mas reprovação dobra, aponta Datafolha (Folha)
- IPCA sobe 0,56% em março, maior taxa para o mês desde 2003 (Valor)
Mercado global
As Bolsas da Europa operam com desempenho misto e a esperada volatilidade em meio ao cenário da guerra comercial. Os índices europeus caminham para terceira queda semanal devido às tarifas.
Os ministros das finanças da Europa devem se reunir hoje para avaliar as negociações com Washington, depois de terem pausado as tarifas para negociação.
Na Ásia, os mercados encerraram a semana mistas com forte queda do Nikkei, pressionado por ações de eletrônicos e farmacêuticas. O índice Kospi também fechou em baixa, em razão das ações de montadoras e de empresas ligadas à produção de baterias.
Na China, no entanto, as bolsas ficaram positivas com o apoio de ações de semicondutores.
Em Nova York, apesar do anúncio da nova retaliação da China aos EUA, os índices futuros operam no positivo. Dow Jones Futuro: +0,65%; S&P 500 Futuro: +0,75% e Nasdaq Futuro: +0,82%.
Confira os principais índices do mercado:
• S&P 500 Futuro +1%
• STOXX 600 -0,1%
• FTSE 100 +0,8%
• Nikkei 225 -3%
• Shanghai SE Comp. +0,5%
• MSCI EM +1,9%
• Dollar Index -1%
• Yield 10 anos -2,4bps a 4,4013%
• Bitcoin +3,6% a US$ 82728,56
Commodities
- Petróleo: deve registrar a segunda semana de perdas devido à guerra comercial entre EUA e China. O Brent/junho sobe 0,39%, a US$ 63,58 e WTI/maio avança 0,43%, a US$ 60,33.
- Minério de ferro: fechou em alta de 0,71% em Dalian, na China, cotado a US$ 96,94/ton. Em Singapura, os contratos futuros sobem 0,22%, cotados a US$ 97,35/ton e o mercado à vista está positivo em 0,10%, cotado a US$ 99,15/ton.
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Cenário internacional
Nos Estados Unidos destaque para a divulgação do PPI – a Inflação ao Produtor em março registrou queda de 0,4%, ante consenso de alta de 0,1%. Na comparação anual, houve alta de 2,7%, ante previsão de +3,3%.
A agenda traz também o índice de sentimento do consumidor da Universidade de Michigan às 11h e o discurso do presidente do Fed de St. Louis, Alberto Musalem, em evento às 11h e do presidente do Fed de NY, John Williams, às 12h.
No Reino Unido, o PIB subiu 0,5% em fevereiro, em base mensal, e acima do esperado pelo mercado, de +0,1%.
A próxima semana é mais curta, com feriado de Páscoa e muitos mercados fechados pelo mundo, como nos EUA, na sexta-feira.
Na agenda, destaque para falas de membros do Fed, relatório mensal da Opep na segunda-feira (14), dados de produção industrial e vendas no varejo da China na terça-feira (15), CPI da Zona do Euro e decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE) na quinta-feira (17).
Cenário nacional
No Brasil, além da divulgação do IPCA de março, destaque para o IBC-Br de fevereiro, que revelou alta de 0,40% com ajuste, de 0,89% em janeiro; além de uma entrevista ao vivo de Fernando Haddad à BandNews, adiada para as 16h.
O governo sancionou o Orçamento de 2025. O ministério da Fazenda estima custo de R$ 27,7 bilhões em 2027 e de R$ 29,7 bilhões em 2028 com projeto do Imposto de Renda, publicou o Estadão.
Para a próxima semana terão poucos destaques na agenda, que começa com o tradicional Boletim Focus na segunda-feira (14) e segue com leilões do Tesouro na terça-feira (15) e quinta-feira (16).
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Destaques no mercado corporativo
- Even: viu queda de 13,4% das vendas líquidas no 1º trimestre.
- Direcional: teve avanço de 10% das vendas líquidas no 1º trimestre.
- Lavvi: registrou crescimento de 53% das vendas líquidas no 1º trimestre.
- Eletrobras: defendeu chapa da administração para o conselho e alegou processo de sucessão estruturado e criterioso.
- Neoenergia: energia injetada cresceu 3,6% no 4º trimestre, para 22.903 GWh.
- Santander: distribuirá R$ 1,5 bilhão em JCP com pagamento em 8/5; ações ficam ex em 18/4.
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