O mercado financeiro amanheceu atento a um dado que costuma ditar o ritmo da economia global — e ele veio abaixo das expectativas. A inflação dos EUA recuou em março, segundo o Índice de Preços ao Consumidor (CPI), sinalizando um alívio para consumidores, investidores e formuladores de política monetária.
De acordo com o Departamento do Trabalho, o CPI caiu 0,1% em março, acumulando alta de 2,4% em 12 meses. Trata-se de uma desaceleração em relação ao mês anterior, quando o índice havia subido 0,2%. A leitura ficou abaixo da estimativa de 2,6% ao ano, surpreendendo positivamente os mercados.
Desaceleração da inflação dos EUA: o que puxou a queda?
O principal responsável pela desaceleração foi o setor de energia. Os preços caíram 2,4%, puxados por uma queda expressiva de 6,3% na gasolina, o que compensou os avanços em eletricidade e gás natural.
Por outro lado, os alimentos subiram 0,4% no mês. Destaque para o índice de alimentação em casa, com alta de 0,5%, e alimentação fora do domicílio, que avançou 0,4%.
Já o núcleo do CPI, que exclui alimentos e energia, subiu 0,1% em março e atingiu alta de 2,8% em 12 meses, também abaixo da projeção de 2,9%.
Reação dos mercados e perspectiva para os juros
A inflação dos EUA abaixo do esperado fortalece as apostas de que o Federal Reserve poderá iniciar um ciclo de cortes de juros ainda em 2025. Embora a autoridade monetária adote uma postura cautelosa, os dados recentes mostram uma tendência clara de moderação nos preços.
O resultado também gera impacto direto no dólar, que recuou frente às principais moedas globais, e nas bolsas internacionais, que abriram em alta.
No Brasil, o real se valorizou diante da possibilidade de afrouxamento monetário nos EUA, o que atrai investidores para mercados emergentes.
Inflação dos EUA: impacto das tarifas de Trump
A equipe do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) segue monitorando de perto os efeitos das medidas protecionistas adotadas pelo presidente Donald Trump. A recente política de tarifas gerou preocupação com possíveis impactos inflacionários, mas, por ora, o índice oficial não mostra sinais de alta decorrentes dessas medidas.
O comunicado do Fed na próxima reunião deve trazer novas pistas sobre como o banco central pretende lidar com esse cenário.
Inflação dos EUA: Expectativas para os próximos meses
Com o resultado de março, economistas e agentes do mercado passam a projetar maior probabilidade de corte na taxa de juros ainda no primeiro semestre, especialmente se os dados de abril e maio mantiverem essa trajetória de desaceleração da inflação dos EUA.
Apesar disso, o Fed tende a manter uma retórica conservadora, reforçando que quer ver a inflação ancorada de forma sustentável antes de tomar novas decisões.
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