O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nessa quarta-feira (9) que aumentará as tarifas sobre a China para 125% e que pausará as tarifas recíprocas sobre todos os outros países. A tarifa global de 10%, na qual o Brasil está inserido, será mantida.
As mudanças foram anunciadas pelo presidente na plataforma social dele, a Truth Social. Os mercados, que operaram em alta volatilidade na última semana, já reagiram aos novos anúncios. No Brasil, o dólar reverteu os ganhos e passou a apresentar forte queda.
Minutos após o anúncio de Trump, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, afirmou que o republicano quer participar pessoalmente dos acordos “sob medida” a serem desenhados com diversos países e, por isso, decidiu pausar as tarifas maiores por 90 dias. Bessent negou que a decisão tenha sido tomada em razão da volatilidade dos mercados e reiterou que mais de 75 países teriam procurado os Estados Unidos para negociar.
“Como eu disse a todos há uma semana, neste mesmo local, ‘não retaliem e vocês serão recompensados.’ Então, todos os países do mundo querem vir e negociar. Estamos dispostos a ouvi-los”, afirmou. Ele declarou ainda que as conversas devem começar com Japão, Vietnã, Coreia do Sul e Índia. Afirmou ainda que as taxas são uma resposta a maus atores mundiais e que a China é tem “a economia mais desequilibrada” e “é um problema para o resto do mundo”.
Bessent disse que os EUA querem negociar de “boa-fé” com parceiros comerciais e que aqueles que não retaliaram contra as chamadas tarifas do dia da libertação de Trump seriam recompensados. Em entrevista, Trump repetiu que inclusive a China quer um acordo com os Estados Unidos. “O presidente Xi [Jinping] é ótimo. Eles estão tentando ver o que vão fazer, mas eles querem fazer um acordo”, disse o presidente americano.
Questionado se poderia fazer um acordo com a União Europeia (UE), o republicano não foi específico. “Eu acho que um acordo poderia ser feito com todos. Um acordo será feito com a China. Eu só quero acordos justos com todos”, afirmou. Como as tarifas retaliatórias da UE ainda não entraram em vigor, a tarifa recíproca de 20% foi inclusa na suspensão, e o bloco será tarifado apenas na tarifa global de 10%.
As chamadas tarifas recíprocas, agora suspensas, entraram em vigor ontem, afetando dezenas de países. É uma tentativa do republicano de forçar a retomada da industrialização americana, com a volta de fábricas e empregos ao país, uma estratégia criticada por especialistas.
As alíquotas foram anunciadas por Donald Trump na semana passada, em 2 de abril, data que ele batizou de “Dia da Libertação”, que consistiu em tarifaço a todas as nações. O pacote inclui imposto extra de 10% a bens do Brasil, que entrou em vigor no sábado (5). As tarifas mais elevadas dos EUA foram aplicadas à UE e a outros 56 países, incluindo a China.
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