Os Estados Unidos oficializaram nesta terça-feira (8) a aplicação de tarifas adicionais de 50% sobre produtos chineses, elevando a alíquota total para 104%. A medida, que entra em vigor a partir de amanhã, foi anunciada após a China manter suas ações de retaliação econômica.
O aumento das tarifas foi confirmado pela Casa Branca ao meio-dia, do horário local (13h em Brasília) e provocou reações imediatas nos mercados financeiros.
Após a oficialização, o dólar à vista disparou no mercado brasileiro, ultrapassando os R$ 6 — patamar não visto desde 22 de janeiro. Por outro lado, as Bolsas globais recuaram, especialmente os índices de Nova York, que ensaiavam um pregão de recuperação, mas inverteram os sinais. Os juros dos Treasuries (títulos públicos dos EUA) e os preços do petróleo também caíram.
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China promete reagir e ir “até o fim”
O Ministério do Comércio da China respondeu à medida afirmando que o país está “pronto para lutar até o fim”. Em comunicado, Pequim classificou as tarifas dos EUA como “unilaterais” e “intimidadoras”, e exigiu a retirada imediata das sobretaxas impostas por Washington.
O governo chinês voltou a afirmar que “não há vencedores em guerras comerciais” e destacou que pressões e ameaças não são formas aceitáveis de negociação. Segundo o comunicado, as contramedidas da China têm como objetivo proteger sua soberania e interesses econômicos.
Impacto das tarifas no comércio global
A escalada da disputa comercial entre as duas maiores economias do mundo acendeu o alerta em instituições financeiras. Segundo a agência de classificação de risco Moody’s, a decisão dos EUA pode ter um “impacto negativo significativo” no crescimento global e aumentar o risco de recessão nos Estados Unidos ainda em 2025.
Para a Moody’s, países com forte dependência de exportações e setores ligados a cadeias internacionais de suprimentos serão os mais afetados.
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Governo dos EUA defende medidas
A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que as tarifas fazem parte de uma estratégia para negociar acordos comerciais personalizados com diferentes países. “Todas as opções estão sobre a mesa”, disse ela em coletiva.
Leavitt ressaltou que o presidente Donald Trump está focado em beneficiar os trabalhadores americanos e que os acordos futuros levarão em conta o déficit comercial com cada nação. Ela também disse que Trump está disposto a conversar com qualquer país que deseje negociar.
Durante audiência no Senado nesta terça-feira, o representante comercial dos EUA, Jamieson Greer, reforçou que Wall Street não deve comandar a economia norte-americana.
Ele minimizou os efeitos inflacionários das tarifas, argumentando que durante o primeiro mandato de Trump não houve alta relevante nos preços, mesmo com medidas semelhantes.
O post Trump dobra aposta com tarifas adicionais de 50% contra a China; dólar sobe a R$ 6 apareceu primeiro em Monitor do Mercado.