China suspende importação de frango dos EUA por contaminação

A China suspendeu nesta sexta-feira (4) a importação de produtos agropecuários de seis empresas dos Estados Unidos, após a alfândega chinesa detectar substâncias proibidas e contaminações.

As empresas afetadas são: C&D (USA); American Proteins; Mountaire Farms of Delawar; Darling Ingredients Inc; Coastal Processing; e LLC, agora consideradas desqualificadas para exportar seus produtos ao mercado chinês.

Segundo o Departamento de Alfândegas do país asiático, a decisão visa “proteger a saúde dos consumidores chineses e garantir a segurança da indústria pecuária do país”. As suspensões foram classificadas como “preventivas”.

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Produtos impactados pela suspensão

A suspensão de produtos agrícolas importados dos Estados Unidos envolvem uma empresa exportadora de sorgo, três companhias que atuam com carne de frango e farinha de ossos, e outras duas que comercializam produtos aviários diversos.

Os seguintes problemas foram detectados pela alfândega chinesa:

  • Furano xilin: medicamento veterinário proibido na China, encontrado em três lotes de frango dos produtores Mountaire Farms of Delaware e Coastal Processing.
  • Zearalenona: toxina produzida por fungos, detectada em sorgo importado.
  • Mofo: presente em carregamentos de sorgo provenientes dos EUA.
  • Salmonella: encontrada em carne de frango e farinha de ossos.
  • Furazolidona: substância química proibida pela legislação chinesa, identificada em produtos avícolas.

De acordo com a Administração Geral das Alfândegas da China, as medidas adotadas seguem regulações locais e padrões internacionais de segurança alimentar.

Decisão ocorre após retaliação às tarifas de Trump

Além das suspensões, a China impôs também nesta sexta-feira novas tarifas sobre produtos dos EUA como resposta às sanções comerciais impostas pelo então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano) na última quarta-feira (2).

O Ministério das Finanças do país anunciou que, a partir de 10 de abril, será aplicado um acréscimo de 34% nas tarifas de importação sobre todos os produtos norte-americanos.

Há três semanas, Pequim já havia iniciado a aplicação de tarifas de até 15% sobre produtos agrícolas dos EUA, incluindo:

  • 15% sobre frango, trigo e milho
  • 10% sobre soja, carne suína, carne bovina e frutas

Essas medidas são consideradas retaliações diretas às tarifas aplicadas por Washington a produtos chineses.

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Outras restrições comerciais da China aos EUA

A China, principal mercado externo para diversos produtos agrícolas americanos, também suspendeu as importações de soja de três entidades dos EUA e interrompeu a compra de toras de madeira americanas.

O governo chinês estabeleceu que mercadorias enviadas antes de 10 de março e importadas até 12 de abril não serão afetadas pelas novas tarifas.

Controles da China sobre exportação de terras raras

Pequim também anunciou medidas adicionais envolvendo terras raras, elementos essenciais para a produção de eletrônicos, semicondutores e equipamentos militares. A partir desta sexta-feira (4), será limitado o envio aos EUA de elementos como Samário, Gadolínio, Térbio, Disprósio, Lutécio, Escândio e Ítrio.

As terras raras são consideradas estratégicas e de difícil substituição em diversas cadeias produtivas globais.

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Contexto econômico

A China busca minimizar o impacto interno das retaliações, focando em produtos que podem ser substituídos por fornecedores de outros mercados, considerando que o país enfrenta desafios econômicos como baixa inflação e crise no setor imobiliário.

Em março, a inflação ao consumidor entrou em deflação pela primeira vez em 13 meses.

A suspensão das importações, as novas tarifas e as restrições comerciais impostas pela China revelam, portanto, um endurecimento das relações comerciais com os EUA.

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