A Receita Federal libera, a partir desta terça-feira (1º/04), o acesso integral aos dados da declaração pré-preenchida do Imposto de Renda 2025. A funcionalidade, que vem ganhando espaço entre os brasileiros por agilizar o preenchimento da declaração, agora passa a contar com informações enviadas por uma ampla rede de instituições — incluindo bancos nacionais e estrangeiros, empregadores, hospitais, órgãos públicos, cartórios e plataformas de criptoativos (exchanges).
Segundo o Fisco, o carregamento será feito automaticamente para quem optar por declarar via aplicativo Meu Imposto de Renda, disponível em celulares e tablets. Para os contribuintes que utilizam o tradicional Programa Gerador de Declaração (PGD) no computador, será necessário solicitar o carregamento dos dados diretamente no sistema.
Embora o recurso traga agilidade, a Receita alerta: o uso da pré-preenchida não isenta o contribuinte da responsabilidade pela conferência de todas as informações. “Não é porque a informação está na pré-preenchida que está certa. A declaração do Imposto de Renda deve ser respaldada por documentos”, reforça José Carlos Fonseca, supervisor nacional do IR.
No ano passado, contribuintes enfrentaram diversos problemas com a ferramenta: erros em saldos bancários, duplicidade em fundos de investimento, omissões de rendimentos do INSS e distorções em valores de compra e venda de bens foram alguns dos mais comuns. Tais inconsistências, se não corrigidas, podem levar a declaração à temida malha fina, situação que retém a restituição até que os dados sejam esclarecidos.
O presidente do Sindicato dos Contabilistas de São Paulo, Claudinei Tonon, recomenda moderação e cautela no uso do recurso. “Se você não tiver como comprovar uma informação, exclua da declaração. A pré-preenchida é útil, mas exige conferência minuciosa”, alerta.
Este ano, a liberação completa dos dados atrasou. Até 17 de março, o sistema oferecia apenas informações parciais, como rendimentos pagos por empregadores e dados de serviços de saúde e INSS. A partir desta terça, passam a constar também dados de contas bancárias e investimentos (incluindo criptoativos), bens adquiridos ou vendidos em 2024, previdência privada e doações feitas no ano passado.
Caso a pré-preenchida deixe de exibir algum dado que o contribuinte tenha como comprovar, é responsabilidade dele incluir manualmente a informação. Criada em 2014, a declaração pré-preenchida ganhou relevância a partir de 2021, quando passou a ser incorporada diretamente ao programa da Receita. Em 2023, ganhou mais força ao garantir prioridade no recebimento da restituição para quem optasse pelo modelo.
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