Inflação em Fortaleza desacelera para 0,34% e tem a menor alta entre as capitais

A Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) apresentou desaceleração no Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) em março de 2025, segundo dados divulgados nessa quinta-feira (27/03) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice ficou em 0,34%, significativamente abaixo da taxa registrada em fevereiro (1,10%) e a menor variação entre todas as regiões pesquisadas. Em comparação, a média nacional foi de 0,64%, indicando que a capital cearense segue na contramão da tendência inflacionária observada no país.

Com o resultado de março, a variação acumulada do IPCA-15 em 2025 para a RMF alcançou 1,66%, enquanto no Brasil o acumulado foi de 1,99%. Nos últimos 12 meses, o índice em Fortaleza acumula alta de 4,57%, ficando também abaixo da média nacional de 5,26%.
Entre os grupos pesquisados, destacaram-se positivamente na RMF os grupos de Alimentos e Bebidas (1,15%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,66%), Comunicação (0,21%) e Artigos de Residência (0,42%). Em contrapartida, os grupos de Habitação (-0,33%), Vestuário (-0,31%) e Transportes (-0,03%) apresentaram variações negativas, contribuindo para a contenção do índice na região.

Nacional
No cenário nacional, o IPCA-15 apresentou alta de 0,64% em março, representando uma desaceleração em relação a fevereiro, quando o índice havia ficado em 1,23%. O IPCA-E, que representa o IPCA-15 acumulado trimestralmente, alcançou 1,99%, superior à taxa de 1,46% registrada no mesmo período do ano passado. Os principais responsáveis pelo aumento foram os grupos Alimentação e Bebidas (1,09%) e Transportes (0,92%), que juntos responderam por aproximadamente dois terços da alta registrada no mês.

Regionalmente, Curitiba liderou as variações, com aumento de 1,12%, puxado pela alta nos preços da gasolina (7,06%) e do etanol (6,16%). Na contramão, Fortaleza registrou a menor variação, influenciada pela queda na energia elétrica residencial (-1,69%) e na gasolina (-0,90%).

Especialistas destacam que a redução na inflação em Fortaleza reflete uma combinação de fatores locais, como a estabilização dos preços dos combustíveis e o impacto positivo das tarifas de energia elétrica, que vêm recuando gradualmente nos últimos meses. Entretanto, é importante observar como os próximos meses se comportarão, especialmente diante da perspectiva de aumentos sazonais nos alimentos e possíveis reajustes tarifários.

Para os consumidores, a desaceleração é vista com alívio, especialmente diante do impacto que a alta de preços exerce sobre o poder de compra. No entanto, analistas alertam que a inflação acumulada em 12 meses, ainda em patamar elevado, exige cautela no planejamento financeiro das famílias cearenses. O economista e vice-presidente do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon-CE), Anderson Passos Bezerra, “o estado do Ceará tem se destacado nos últimos dois anos pelo franco crescimento da produção agropecuária, com uma oferta maior de gêneros alimentícios os preços tendem a estabilização. Cabe lembrar que trata-se de uma desaceleração do índice e não de uma redução efetiva nos preços. Portanto, o cenário ainda exige cautela. Mas ao menos a trajetória já apresenta-se mais suave”, disse.

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