O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a causar polêmica ao afirmar que pretende tomar posse da Groenlândia para garantir a segurança internacional. Durante uma entrevista em podcast nesta quarta-feira (26/03), Trump declarou que o controle da imensa ilha ártica é uma necessidade estratégica para os EUA. “Precisamos da Groenlândia para a segurança internacional. Precisamos dela. Devemos tê-la”, afirmou o presidente. “Odeio dizer isso assim, mas vamos ter que tomar posse deste imenso território ártico”, completou.
A ameaça acontece um dia antes da chegada de uma comitiva americana à Groenlândia, liderada pelo vice-presidente J.D. Vance, que acompanhará sua esposa e outros altos funcionários do governo na visita à base espacial americana de Pittufik, no noroeste da ilha. O grupo também inclui o conselheiro de Segurança Nacional, Mike Waltz, e o secretário de Energia, Chris Wright. A visita está programada para ocorrer de quinta-feira (27) a sábado (29).
As declarações de Trump e a visita da comitiva americana geraram forte reação das autoridades locais. O primeiro-ministro interino da Groenlândia, Mute Egede, classificou a atitude como uma “interferência estrangeira” e reforçou que a democracia e a integridade territorial da ilha devem ser respeitadas. “Os americanos foram claramente informados de que as reuniões só poderiam ocorrer após a posse do novo governo eleito, o que ainda não aconteceu”, declarou Egede em suas redes sociais.
A proposta de aquisição da Groenlândia provoca indignação na maioria da população local. Segundo um levantamento realizado pelo jornal dinamarquês Berlingske e pela publicação groenlandesa Sermitsiaq, 85% dos habitantes da ilha se opõem à ideia de anexação americana. A Groenlândia possui cerca de 57 mil habitantes e é um território autônomo sob soberania dinamarquesa há séculos, atualmente governado por meio de uma administração própria e sujeita à Constituição da Dinamarca.
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