A endometriose é uma doença que afeta cerca de 8 milhões de mulheres no Brasil, sendo caracterizada por dores intensas, cólicas incapacitantes, dificuldade para engravidar e cansaço extremo.
Apesar de ser um problema grave, muitas mulheres ainda enfrentam dificuldades para obter o diagnóstico adequado, o que pode retardar o tratamento e piorar os sintomas. Felizmente, um aliado importante no controle da doença tem ganhado destaque: a alimentação.
Denise Sousa, gerente de recursos humanos e uma das muitas mulheres que convivem com a endometriose, relata como uma mudança alimentar ajudou a melhorar sua qualidade de vida. Após anos sofrendo com as dores típicas da doença, ela decidiu buscar ajuda especializada e encontrou na dieta anti-inflamatória uma forma de controlar os sintomas e melhorar o seu bem-estar.
“Eu sofria com dores intensas e cansaço extremo. Depois que comecei a seguir uma dieta anti-inflamatória, tudo mudou. Hoje, não sinto mais dor e consigo me exercitar. Retomei minha qualidade de vida”, conta Denise.
A nutricionista Carol Feitosa, especialista em saúde feminina, explica que a dieta desempenha um papel fundamental no tratamento da endometriose. Como uma doença inflamatória e estrogênio-dependente, a endometriose se beneficia de uma alimentação que visa reduzir a inflamação e equilibrar os hormônios. Ao seguir uma dieta anti-inflamatória, é possível aliviar as dores e melhorar a saúde intestinal, o que é crucial para o bem-estar das pacientes.
Dieta como aliada
Com o apoio de um acompanhamento nutricional adequado, mulheres como Denise têm visto melhorias significativas. A dieta anti-inflamatória busca reduzir a inflamação no corpo, o que é essencial para o controle dos sintomas da endometriose. Alimentos ricos em gorduras boas, como abacate e azeite de oliva, além de fibras como chia, linhaça e aveia, são componentes-chave dessa dieta. Esses alimentos não apenas ajudam a controlar a inflamação, mas também equilibram os níveis de estrogênio, o hormônio que contribui para o agravamento da doença.
“O estrogênio é um dos principais fatores que agrava a endometriose, por isso é fundamental controlar seu excesso. A alimentação tem um papel importante nesse processo, ajudando na metabolização desse hormônio e no alívio dos sintomas”, explica Carol.
Além disso, a inclusão de antioxidantes, como frutas vermelhas, cúrcuma e chá-verde, ajuda a combater o estresse oxidativo e a reduzir a inflamação no corpo. Vegetais crucíferos, como brócolis e couve-flor, são excelentes para ajudar na detoxificação do estrogênio, auxiliando na eliminação desse hormônio em excesso.
Março Amarelo
Março é o mês da campanha “Março Amarelo”, dedicada a aumentar a conscientização sobre a endometriose. A campanha visa alertar a população sobre a importância do diagnóstico precoce, já que muitas mulheres, como Denise, enfrentam dificuldades para identificar a doença devido à desinformação. Isso acaba atrasando o tratamento e, consequentemente, agrava os sintomas.
“A campanha é essencial, pois dá visibilidade à endometriose e permite que mais mulheres busquem ajuda. Muitas acreditam que a dor intensa é normal, mas isso não é verdade. Quando a doença é diagnosticada precocemente, a qualidade de vida melhora significativamente”, enfatiza Carol.
Mudanças alimentares
Denise Sousa também alerta para a importância de não normalizar os sintomas da endometriose. A dor, muitas vezes ignorada, pode ser um indicativo de que algo está errado. A mudança alimentar e o apoio nutricional foram fundamentais para o controle da doença em sua vida.
“Eu não sabia o quanto a alimentação poderia impactar tanto a minha saúde. Hoje, com a dieta certa, consigo viver sem as dores intensas e com muito mais disposição para o trabalho e a vida pessoal. Se você está enfrentando sintomas como os que eu passei, busque ajuda médica e nutricional”, recomenda Denise.
O acompanhamento nutricional é um passo importante no tratamento da endometriose. Carol Feitosa destaca que a alimentação impacta diretamente a saúde hormonal e a inflamação do corpo. Com uma avaliação nutricional adequada, é possível personalizar a dieta para atender às necessidades específicas de cada paciente, ajustando-a conforme as fases do ciclo menstrual e evitando dietas restritivas que possam piorar o metabolismo e o equilíbrio hormonal.
“Quando a alimentação é equilibrada, o corpo funciona de forma mais harmônica, o que melhora a saúde geral da paciente e ajuda no controle da endometriose. Além disso, o apoio nutricional é fundamental para ajustar a dieta à realidade metabólica e hormonal de cada mulher”, finaliza.
Além dos medicamentos
O tratamento da endometriose vai além dos medicamentos. A alimentação desempenha um papel crucial na redução dos sintomas e na melhoria da qualidade de vida das mulheres. Junto ao diagnóstico precoce e à conscientização, como a promovida pela campanha “Março Amarelo”, é possível viver melhor com a doença, sem deixar que ela defina o dia a dia.
Por Priscila Sampaio
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