O Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R) apontou uma alta de 10,82% em Fortaleza nos últimos 12 meses, ficando atrás apenas de Salvador (18,51%). Nos dois primeiros meses do ano, no entanto, o avanço foi tímido, 0,03% e 0,22% em janeiro e fevereiro, respectivamente. O cenário na capital cearense reforça o Nordeste como surpresa positiva. Recife, por exemplo, despontou com um crescimento robusto de 2,74% pegando como recorte apenas o mês de fevereiro, revertendo a queda de 0,38% no mês anterior. Esse avanço reflete um aquecimento pontual, associado a contratos firmados anteriormente, e reforça o protagonismo da capital pernambucana na recuperação do mercado imobiliário local.
No cenário nacional, o avanço foi de 0,91% em fevereiro, acelerando em relação ao crescimento de 0,40% registrado em janeiro. Apesar do avanço, a taxa interanual do indicador mostrou desaceleração, passando de 11,88% para 11,19%. O movimento é reflexo das expectativas do mercado frente ao cenário macroeconômico, marcado pela elevação da taxa Selic e pelo crescimento econômico contido, além da limitação do funding subsidiado.
Para a advogada Mara Gonçalves, com especialização em direito imobiliário, os dados indicam um comportamento heterogêneo no mercado imobiliário nordestino, com Fortaleza e Recife se destacando como pólo de valorização. “Esses resultados consolidam o Nordeste como um vetor de crescimento no setor imobiliário, impulsionado por fatores regionais específicos e por uma demanda que parece ter se estabilizado em alguns mercados após um ciclo de valorização acentuada”.
Regiões
As dinâmicas regionais, no entanto, mostram realidades distintas. São Paulo, cidade com maior peso na composição do índice, teve um crescimento modesto (0,46%) em fevereiro, abaixo dos 0,54% registrados em janeiro. Já o Rio de Janeiro apresentou um salto expressivo, passando de 0,15% para 1,29% no mesmo período. A forte demanda por aluguel na capital fluminense pode estar pressionando os preços dos imóveis, impulsionada pelas dificuldades no crédito imobiliário.
No Sul, Porto Alegre e Curitiba também se destacaram com aumentos significativos, de 2,23% e 1,59%, respectivamente, refletindo a busca crescente por imóveis urbanos, especialmente em áreas de infraestrutura consolidada e boa qualidade de vida. Por outro lado, Belo Horizonte, que havia registrado forte valorização no ano passado, começa a desacelerar, com a taxa interanual caindo de 24,08% para 17,89%.
Impacto dos custos
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou nova alta na taxa interanual, subindo de 7,14% para 7,42% entre janeiro e fevereiro. Esse movimento reforça o impacto dos custos de construção sobre os preços imobiliários, funcionando como um indicador antecedente para o IGMI-R. A pressão inflacionária dos insumos e a manutenção de altos custos podem representar um desafio para novos empreendimentos, especialmente em um contexto de políticas monetárias restritivas.
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