O dólar fechou esta quinta-feira (20) em alta de 0,49%, cotado a R$ 5,67, após sete pregões consecutivos de queda. A valorização ocorreu em meio a ajustes técnicos e à realização de lucros, impulsionada pelo avanço da moeda americana no exterior.
No mercado global, investidores reagem às incertezas sobre o crescimento econômico dos Estados Unidos após o governo de Donald Trump anunciar novas tarifas comerciais. Esse movimento fortaleceu o dólar em relação a outras moedas, o que se refletiu também no Brasil.
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Apesar da alta da moeda americana, o real teve um desempenho melhor do que a maioria das moedas latino-americanas. O cenário foi influenciado pela sinalização do Comitê de Política Monetária (Copom) de que haverá pelo menos mais um aumento da taxa Selic neste ano. A elevação dos juros tende a atrair investidores estrangeiros para ativos brasileiros, reduzindo a vulnerabilidade do real.
Mesmo com a valorização desta quinta-feira, o dólar acumula queda de 1,18% na semana e de 4,07% em março. No acumulado do ano, a desvalorização já chega a 8,16%.
Atuação do Banco Central e do Tesouro
Na tentativa de controlar oscilações no mercado de câmbio, o Banco Central vendeu US$ 2 bilhões em leilões de linha, operação que fornece liquidez ao mercado. Já o Tesouro Nacional realizou a venda de 10 milhões de NTN-F, títulos públicos que costumam atrair capital estrangeiro, movimentando R$ 8,24 bilhões.
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O impacto do Fed no câmbio
Ontem, o Federal Reserve (Fed) reduziu suas projeções de crescimento para os EUA de 2,1% para 1,7%. O presidente do Fed, Jerome Powell, destacou que as novas tarifas impostas pelo governo americano criam incertezas para a inflação e a atividade econômica.
No mercado internacional, o índice DXY, que mede a força do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, atingiu 104,13 pontos em seu pico, encerrando o dia próximo a 103,8 pontos, com alta de 0,40%.
Analistas avaliam que uma desaceleração mais forte da economia dos EUA pode fortalecer o dólar globalmente, à medida que investidores buscam ativos considerados mais seguros. No entanto, caso os riscos de recessão não se concretizem, moedas emergentes como o real podem continuar se valorizando.
Expectativa fiscal e juros no Brasil
No cenário doméstico, a Comissão Mista de Orçamento (CMO) aprovou o relatório final do projeto da Lei Orçamentária Anual (PLOA), que prevê um superávit primário de R$ 15 bilhões para este ano.
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Além disso, o atual ciclo de alta da Selic, que ontem foi elevada para 14,25% ao ano, aumenta os custos para quem mantém posições compradas em dólar. Com isso, cresce o interesse pelo “carry trade”, estratégia que favorece moedas de países com juros elevados, como o Brasil.
O post Câmbio: Dólar sobe para R$ 5,67 após sete quedas seguidas apareceu primeiro em Monitor do Mercado.