O Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central decidiu, nesta quarta-feira (20), elevar a taxa Selic para 14,25% ao ano, um aumento de 1,00 ponto percentual. A decisão visa conter a pressão inflacionária, que continua acima da meta estipulada pelo Banco Central para 2025 e 2026. Esse patamar de juros é o mais alto desde 2017 e reflete um cenário de incerteza econômica global e doméstica.
Por que o COPOM elevou a taxa Selic?
A decisão de que o COPOM eleva taxa Selic foi tomada devido a diversos fatores que afetam a economia brasileira:
- Inflação persistente: As projeções do Banco Central indicam um IPCA de 5,21% para 2025 e 4,03% para 2026, valores acima do centro da meta de 3%.
- Dólar pressionado: O real tem sofrido desvalorização devido ao aumento da aversão ao risco global, o que impacta diretamente os preços internos e obriga o Banco Central a adotar uma política monetária mais rígida.
- Cenário externo desafiador: A manutenção de juros elevados nos EUA pelo Federal Reserve (FED) e a desaceleração econômica global aumentam a volatilidade dos mercados emergentes.
Além disso, a forte expansão do crédito e o aumento do consumo interno elevaram a pressão sobre os preços, dificultando o controle da inflação. O Banco Central destacou que novos aumentos na taxa Selic não estão descartados caso o cenário inflacionário não apresente melhoras significativas.
O que mudou no comunicado?
Ao justificar por que o COPOM eleva taxa Selic, o Banco Central trouxe mudanças importantes em seu comunicado:
- Tom mais agressivo: A nova linguagem adotada indica que o BC está disposto a manter juros elevados por mais tempo, caso necessário, para conter a inflação.
- Crescimento revisado para baixo: O PIB para 2025 teve a projeção reduzida de 1,7% para 1,3%, refletindo os impactos do aperto monetário na atividade econômica.
- Inflação de serviços em alta: O aumento da demanda interna segue pressionando os preços dos serviços, como aluguel, educação e saúde.
- Política fiscal como fator de risco: O Banco Central alerta que mudanças na política fiscal podem impactar negativamente a eficácia da política monetária.
Impactos da alta da Selic para o mercado
O aumento da taxa básica de juros pelo Banco Central tem repercussões diretas para diversos setores da economia:
- Crédito mais caro: Empréstimos e financiamentos ficam mais caros para consumidores e empresas. O custo médio do crédito imobiliário já ultrapassa os 13% ao ano, reduzindo a demanda por novos financiamentos.
- Investimentos em renda fixa ganham força: Títulos como Tesouro Selic, CDBs e LCIs/LCA se tornam mais atrativos, já que acompanham a elevação dos juros.
- Mercado de ações impactado: Empresas do setor de varejo e construção civil, que dependem de crédito barato, sofrem forte desvalorização na Bolsa de Valores.
- Dólar pode oscilar: Com a Selic mais alta, há maior entrada de capital estrangeiro, o que pode fortalecer o real. No entanto, incertezas fiscais e políticas podem limitar esse efeito.
O que esperar para os próximos meses?
A decisão do COPOM eleva taxa Selic e reforça o compromisso com a estabilidade monetária, mas traz desafios para o crescimento econômico. O mercado agora acompanha os próximos passos do Banco Central para avaliar possíveis novos ajustes na taxa de juros.
Caso a inflação continue resistente, novas elevações podem ocorrer. No entanto, se os índices começarem a convergir para a meta, o Banco Central pode optar por manter a taxa atual por mais tempo antes de iniciar um ciclo de cortes.
Para os investidores, o momento exige atenção redobrada na alocação de ativos, buscando proteção contra volatilidade e aproveitando oportunidades no cenário de juros elevados.
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