Os pontos de lixo em Fortaleza foram um dos principais temas de debate na disputa eleitoral de 2024, que teve como vencedor o atual prefeito Evandro Leitão (PT). Na ocasião, o petista criticava o ex-prefeito José Sarto por ter criado a taxa do lixo e, mesmo assim, a cidade teria ficado mais suja, com 1.200 pontos de lixo.
O petista prometeu, em campanha, acabar com a taxa do lixo e limpar a cidade. Especificamente sobre os pontos de lixo, Evandro disse que faria um grande mutirão logo no início do mandato para resolver o problema. De fato, a taxa do lixo foi extinta como primeiro ato da nova gestão. Também foi feito um mutirão para limpar ruas, canais e mananciais da cidade. No entanto, o problema dos pontos de lixo continua sem solução.
O coordenador de Limpeza Urbana da Secretaria de Conservação e Serviços Públicos (SCSP), Nelson Calixto, explica que a gestão municipal atua em duas frentes para acabar com os pontos de lixo. A primeira e “mais importante” é a educação ambiental, quando agentes da prefeitura visitam o local para conversar com a população e informar sobre a forma de coleta e a frequência.
“Como a gente sabe que não vai eliminar o ponto de lixo apenas com essa educação. A gente faz também a limpeza dos pontos de lixo com caçambas. Nós criamos uma rota para fazer a coleta. Alguns pontos na segunda, quarta e sexta, os de frequência maior. E tem os pontos de coleta diária, quando a gente percebe que a população destina muito resíduo no local”, explica Nelson, sobre a segunda frente de atuação.
De acordo com o coordenador, quando se identifica um ponto de lixo, as equipes vão até o local para entender o que está causando o acúmulo e, em contato com a população, tenta buscar soluções. “A gente vai tentando trabalhar os pontos de lixo eliminando a causa deles. Se eu colocar só caminhões na rua para coletar, eu vou estar fazendo apenas um paliativo. A forma correta é indo até lá, educando e regulando aquela forma de coleta”.
Nelson diz ainda não ter como dizer quantos pontos de lixo existem em Fortaleza, atualmente, pois os pontos migram de local. Além disso, obras de reforma podem gerar novos pontos de lixo, assim como um comércio do ramo alimentício, por exemplo, que não contrate um serviço privado de coleta provavelmente vai gerar um novo ponto de lixo.
Para Nelson, é necessário que haja uma rotina de acompanhamento no local, um trabalho alinhado entre as equipes de limpeza e de fiscalização, pois as pessoas “sempre buscam fazer o que é mais fácil para elas”. “A gente pode educar uma comunidade por seis meses e ficar acompanhando. Se deixar de cobrar uma semana, ela volta a fazer como era feito antes”.
Mudanças
O coordenador de limpeza conta que a operação está cada vez mais alinhada à fiscalização e à população, para que se “forme esse vínculo completo: a gente limpar, a Agefis [Agência de Fiscalização de Fortaleza] fiscalizar e a população agir de forma correta”. Também foi ampliado em 20% a frota de veículos à disposição da limpeza, possibilitando coletas em mais locais e com maior frequência.
(Por Maurício Moreira)
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