Em 2024, as tentativas de fraudes bancárias subiram 10,4% na comparação anual. E 50,7% dos brasileiros foram vítimas desse tipo de ação, segundo dados do Indicador de Tentativas de Fraude da Serasa Experian.
Para prevenir ataques deste tipo, o Banco Central brasileiro (BC) decidiu adotar o uso da tecnologia blockchain, comum no mercado de criptomoedas, em 2025.
O foco da instituição está, principalmente, na segurança em transações internacionais entre os países do BRICs, promovendo melhorias nos contratos de importação e exportação no bloco.
Nos últimos anos, o BC tem fomentado o uso de mecanismos tecnológicos para combater crimes virtuais, com normas voltadas para este objetivo, como a Resolução BCB, Nº142, de 2021.
A utilização de blockchain como alternativa para facilitar as transações internacionais entre os países do BRICs tem sido apoiada por especialistas. Gabriel Della Torre, sócio da CriptoBrasil, acredita que as transações financeiras em contratos de importação e exportação podem ser facilitadas pela tecnologia.
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“Uma transação internacional hoje, para importação ou exportação de produtos, envolve um custo operacional alto, variando de 3% a 5% do valor enviado, com o uso de stable coins — ativos pareados em moedas fiduciárias –. Já a taxa de transação de uma rede blockchain costuma ficar em centavos de dólares, independente do valor envolvido na operação, barateando o custo operacional. Além disso, a confiança entre exportador e importador é essencial para evitar o risco de inadimplência, que pode inviabilizar certos negócios”, explica Della Torre.
Blockchain permite rastrear golpes e fraudes
O salto das tentativas de golpes e fraudes bancárias mostram que, se esses delitos tivessem sido concretizados, o país teria sofrido um prejuízo estimado em R$ 51,6 bilhões.
Della Torre comenta que, se a tecnologia blockchain for usada nas transações internacionais praticadas entre os países do Bloco para evitar golpes e fraudes, será possível rastrear a mercadoria e pré-bloquear o valor devido. “Dessa forma, o pagamento é automaticamente executado ao exportador no momento da entrega, eliminando o risco de inadimplência”, explica.
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“No momento, além da blockchain, não há alternativa superior. Essa é a maior inovação do século e atende a muitas dores do processo ao mesmo tempo. Sistemas tradicionais são extremamente ultrapassados para transações internacionais. Os sistemas de pagamento instantâneo não estão conectados, e poucos países possuem essa tecnologia, atrasando e aumentando o custo dos negócios”, explana o executivo.
Desafios na adoção do Drex
De acordo com Della Torre, o Drex (versão digital do Real, que passa por estudos no Banco Central) vive um momento delicado e de muita cautela, pois seu objetivo é garantir privacidade ao cidadão a partir de uma tecnologia transparente, ao mesmo tempo em que garante a possibilidade de fiscalização pelos órgãos públicos, para que as leis sejam cumpridas.
“E essa é uma tarefa complicada, pois a transparência pode revelar dados desnecessários e que deveriam ser privados para a garantia da liberdade do indivíduo. Ao mesmo tempo, o excesso de privacidade também pode impactar o trabalho efetivo de proteção à lavagem de dinheiro e financiamento ao terrorismo. Hoje, o Banco Central e os desenvolvedores do Drex estão em busca da melhor tecnologia para atender ambas as questões, e esse é um grande desafio”, esclarece o executivo.
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Como evitar golpes no mercado cripto?
O Consultor de Infraestrutura e Segurança da Kstack, Ésio Pellissari, explica que as criptomoedas são descentralizadas e a maioria não está no Brasil. “Por isso, o investidor deve agir com cautela”, aconselha o especialista, comentando sobre as perdas que investidores tiveram ao serem vítimas de golpes e fraudes no mercado cripto.
“O correto é documentar todas as transações realizadas, assim como mensagens, e-mails, nome de usuário e endereço dos diversos sistemas, com o objetivo de garantir que as blockchains estejam em funcionamento e, assim, conseguir rastreá-las. Para isso, há o Blockchain Explorer e o EtherScan, ferramentas digitais que permitem aos usuários visualizarem e interagirem com as informações contidas em uma blockchain”, explica.
Segundo o executivo, os investidores precisam notificar as empresas sobre o ocorrido. Além disso, Della Torre explica que no Brasil, as denúncias podem ser feitas tanto na delegacia de crimes cibernéticos da Polícia Civil quanto na CVM, Procon e Reclame Aqui.
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