As ações da Natura (NTCO3) registram forte queda de 25% na manhã desta sexta-feira (14) em resposta ao seu balanço do quarto trimestre. A empresa de cosméticos registrou um prejuízo líquido de R$ 438,3 milhões, ampliando o prejuízo de 2024 para R$ 8,9 bilhões.
O resultado acumulado no ano reverteu o lucro de R$ 2,9 bilhões obtido em 2023. Os papéis NTCO3 foram os últimos a entrar em negociação na manhã desta sexta-feira e, desde então, já voltaram a leilão duas vezes. Às 10h43, a ação caía 25,59%, a R$ 10,09.
As ações da companhia possuem o maior volume financeiro negociado até o momento, em R$ 160 milhões.
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Principais linhas do balanço da Natura
O mercado reagiu negativamente aos números, com destaque para o Ebitda negativo de R$ 139,6 milhões, revertendo o resultado positivo de R$ 466 milhões registrado no mesmo período de 2023.
O Ebitda recorrente, que exclui fatores não recorrentes, foi de R$ 703,2 milhões, alta de 50,4% em relação ao quarto trimestre do ano anterior.
A receita líquida subiu 21,5%, para R$ 24 bilhões, enquanto a receita líquida consolidada cresceu 63,1%, totalizando R$ 7,747 bilhões, mas a margem bruta recuou para 63,2%, abaixo das projeções dos analistas.
Analistas do Bradesco BBI destacaram que a deterioração da margem bruta e o aumento de despesas podem afetar a lucratividade da empresa em 2025.
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“A avaliação agora será sobre a persistência de uma margem bruta mais fraca e um opex (despesas operacionais) mais alto, além de atualizações sobre a situação da Avon”, disseram os analistas Pedro Pinto e Lorenzo Marques.
Apesar das preocupações, o Bradesco BBI manteve a recomendação de compra para as ações, com preço-alvo de R$ 17.
Impacto da Avon e custos de transformação
O Banco Safra também avaliou o balanço da Natura como negativo, apontando que a empresa segue impactada por custos de transformação e despesas não recorrentes da Avon International. O desempenho da Avon Latam ficou estável, apesar dos esforços para revitalizar a marca.
A dívida líquida da Natura diminuiu substancialmente, impulsionada pela eliminação de R$ 681 milhões na dívida da Avon por meio de transações intercompanhia.
O Safra manteve a recomendação neutra para as ações, com preço-alvo de R$ 14, um potencial de alta de 3% em relação ao fechamento do último pregão, de R$ 13,60.
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