Mercado de brinquedos cresce 36% e desafia falta de mão de obra

O mercado de brinquedos no Brasil segue em franca expansão, registrando um crescimento de 36% nas vendas desde 2020. O setor saltou de um faturamento de R$ 7,5 milhões para R$ 10,2 milhões em 2024, impulsionado pela crescente demanda e inovações no segmento. De acordo com a Fundação Abrinq, cada criança brasileira consome, em média, 11 brinquedos por ano, evidenciando o dinamismo da indústria e a capacidade do setor em se reinventar ­constantemente.

Para Synésio Batista da Costa, presidente da Fundação Abrinq, o setor tem demonstrado grande resiliência, beneficiando-se tanto do aumento no consumo per capita quanto da diversificação de produtos. “O Brasil tem entre 9 mil e 14 mil nascimentos por dia, criando um público consumidor constante e fortalecendo toda a cadeia produtiva”, afirma. Um dos destaques dessa evolução é a inclusão de 43 tipos de brinquedos voltados para crianças com necessidades especiais, ampliando a acessibilidade e o alcance dos produtos.

O setor de brinquedos, que enfrentou um colapso na década de 1990 devido à concorrência com produtos chineses, tem demonstrado capacidade de recuperação. “Há 30 anos, perdemos 636 fábricas e 45 mil postos de trabalho. Hoje, contamos com 400 fábricas e empregamos 70 mil pessoas”, relembra Synésio. No entanto, o setor enfrenta um desafio significativo: a escassez de mão de obra. Segundo ele, existem cerca de 7 mil vagas abertas, sendo que algumas fábricas oferecem até 100 postos e não encontram candidatos. “Não precisa nem ser qualificado, pois oferecemos capacitação na fábrica. Mas há pessoas que aparecem querendo trabalhar sem carteira assinada, e isso nós não fazemos”, explica.

Outro ponto positivo é que, apesar do aumento nos preços dos brinquedos, a inflação do setor é inferior à média nacional. “O reajuste no preço dos brinquedos é pouco mais da metade da inflação do país”, pontua o presidente da Abrinq. A ampla distribuição dos produtos também fortalece o setor, com brinquedos acessíveis em todo o território nacional, incluindo regiões de menor poder aquisitivo. “Mesmo nas cidades mais humildes, é possível comprar um brinquedo a partir de R$ 10. Toda família tem condição de fazer esse investimento”, ressalta. Com expectativas otimistas, o setor projeta um crescimento de pelo menos 4,5% em 2025, impulsionado pelo lançamento constante de novos produtos e pelo fortalecimento do varejo.

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