Cesta básica de Fortaleza temo maior aumento do país

O custo da cesta básica aumentou 13,22% em Fortaleza nos últimos 12 meses, o maior avanço do país, seguido de João Pessoa (12,38%), Natal (11,96%) e Recife (11,73%). Entre janeiro e fevereiro deste ano, o aumento do produto na capital cearense foi de 5,48%, passando a custar R$ 710,66, o equivalente a 50,61% do salário mínimo. Em fevereiro, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica na cidade foi de 102 horas e 59 minutos. No mesmo período, entre as capitais do Nordeste, o maior aumento foi observado em Salvador (7,69%), seguido de Recife (6,29%), Natal (5,06%), João Pessoa (4,53%), e ­Aracaju (4,76%).

Os dados são do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) e foram divulgados nessa terça-feira (10/03). Entre os produtos da cesta básica, o arroz e o feijão, itens básicos da mesa do brasileiro, tiveram valores contrários para o Fortalezense. Enquanto o custo do quilo do feijão caiu 0,13% em Fortaleza, o do arroz subiu 0,67%. O arroz, inclusive, vem em crescente alta na cidade. Nos últimos 12 meses, o produto acumula avanço de 1,50%.

Para o economista Helder Cavalcante, o aumento de 5,48% no custo da cesta básica em Fortaleza nos primeiros dois meses do ano, chegando a R$ 710,66, reflete uma pressão inflacionária significativa sobre o consumo essencial, especialmente considerando que já compromete 50,61% do salário mínimo. “O avanço anual de 13,22% sugere uma perda de poder de compra da população, impactando principalmente as camadas de menor renda. Além disso, o tempo médio necessário para adquirir a cesta básica, mais de 102 horas de trabalho, evidencia um descompasso entre a valorização do salário mínimo e o encarecimento dos itens básicos, o que pode afetar o consumo e a demanda por bens e serviços na economia local”.

Outras capitais
Ainda segundo a estatística do DIEESE, entre janeiro e fevereiro deste ano, outras capitais também registraram aumento da cesta básica. As elevações mais importantes foram observadas em Recife (4,44%), João Pessoa (2,55%), Natal (2,28%) e Brasília (2,15%). Enquanto as reduções foram observadas em três capitais: Goiânia (-2,32%), Florianópolis (-0,13%) e Porto Alegre (-0,12%).
São Paulo foi a capital onde o conjunto dos alimentos básicos apresentou o maior custo (R$ 860,53), seguida pelo Rio de Janeiro (R$ 814,90), Florianópolis (R$ 807,71) e Campo Grande (R$ 773,95). Nas cidades do Norte e do Nordeste, onde a composição da cesta é diferente, os menores valores médios foram registrados em Aracaju (R$ 580,45), Recife (R$ 625,33) e Salvador (R$ 628,80). Entre os maiores vilões para o aumento no preço da cesta estão o café, que subiu em todas as capitais pesquisadas, o tomate e o quilo da carne bovina de primeira. No caso do café, as altas variaram entre 6,66%, na capital paulista, e 23,81%, em Florianópolis.

Além disso, em fevereiro de 2025, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 7.229,32 ou 4,76 vezes o mínimo reajustado em R$ 1.518,00. Em janeiro, o valor necessário era de R$ 7.156,15 e correspondeu a 4,71 vezes o piso mínimo. No cenário nacional, em fevereiro de 2025, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica foi de 104 horas e 43 minutos, maior do que o de janeiro, de 103 horas e 34 minutos. Já em fevereiro de 2024, a jornada média foi de 107 horas e 38 minutos.

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