Após ter licitação suspensa, Campinas atrasa e entrega de uniformes escolares deve ficar para junho


Sem a entrega de novos uniformes, alunos usam calças curtas e gastas. Famílias também reclamam da falta de kits escolares, que está sendo entregue gradativamente. Um mês após o início das aulas, os alunos da rede municipal de Campinas (SP) ainda não receberam os uniformes escolares. De acordo com a Secretaria de Educação, após ter a licitação de compra suspensa pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), a previsão é de que o conjunto seja entregue apenas em junho, no final do semestre.
Nesta segunda-feira (10), a EPTV, afiliada da TV Globo, acompanhou a rotina das famílias que tiveram que se adaptar para levar as crianças para a escola (assista a reportagem acima). Parte delas também reclama do atraso na entrega dos kit escolares que, segundo a Prefeitura, só começaram a ser entregues no dia 28 de fevereiro.
Por que os uniformes e materiais escolares atrasaram?
A Prefeitura informou que a licitação para compra dos uniformes recebeu questionamentos e que o processo foi suspenso pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE). Agora, embora o trâmite tenha sido retomado, a expectativa é que os quase 60 mil alunos da rede municipal só recebam os novos conjuntos no final do semestre.
O secretário adjunto de educação Luiz Roberto Marighetti explica que a pasta chegou a buscar alternativas para a aquisição, mas acabou desistindo devido ao alto valor. “A gente fez uma tentativa para fazer a entrega desses uniformes de forma mais rápida e não precisar esperar o processo licitatório”.
“Nós desistimos porque acabamos verificando que o valor que era cobrado nessas atas de registro de preço que estavam disponíveis era um valor muito maior do que a gente iria realizar através dessa licitação. O governo acabou adotando a estratégia de manter a licitação até o final”, completou em entrevista.
“A partir do momento que a gente publica o resultado dessa licitação, a empresa que for a vencedora tem um prazo para fazer o fornecimento. Então a gente está dando como prazo de folga o mês de junho”.
Com relação aos materiais escolares, a informação é que a distribuição começou no dia 28 de fevereiro e que até o mês de abril todos os alunos deverão recebê-los.
Uniforme curto e material tirado do próprio bolso
Sem entrega de novos uniformes, alunos da rede municipal usam calças curtas e gastas
Reprodução/EPTV
Evelyn Braz tem 13 anos e está no último ano do ensino fundamental. Sem a entrega do uniforme novo, ela continua usando o que recebeu em 2024. De lá para cá, a menina cresceu e a calça, além de curta, está gasta. “Quanto as calças estão velhas, acaba que a costura fica muito velha também e acaba rasgando, abrindo. Depois, quem acaba arrumando é a minha mãe”, comenta.
A mãe Mônica Braz também reclama. “No começo do ano já usando roupa velha. Quando é no meio, final do ano, chegam os novos. A gente vai usar um uniforme novo no meio do ano? Legal, ok. Só que no ano que vem ele já está pequeno”.
Imagine, então, estudar com o uniforme de inverno no calorão. Essa tem sido a realidade da Laura, que só tem uma camiseta de manga curta, como conta a mãe Alessandra. “Esse final de semana eu não consegui lavar. Ela está vindo de manga comprida hoje com esse calor”.
Já Letícia Baltazar, mãe do Kaike, reclama que precisou tirar dinheiro do próprio bolso para comprar o material do filho. “A gente tinha algumas coisas do ano passado dos kit que vieram, mas custou em torno de R$ 60 para compor o que faltava”. Com a Raquel não foi diferente. Se não tivesse comprado materiais, a filha não conseguiria acompanhar algumas das aulas.
“O tanto que eu gastei, foi quase R$ 250, com caderno, lápis, borracha, canetas… Até o caderno de desenho vou ter que comprar porque vai ter que começar a colocar atividades no caderno. Se eu não tivesse condição mesmo, igual muitas mães não tem, ela não ia ter”.
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