Dividendos globais batem recorde de US$ 1,7 tri em 2024; Petrobras volta ao ranking

Os dividendos distribuídos globalmente atingiram um novo recorde de US$ 1,75 trilhão em 2024, registrando um crescimento de 6,6% em termos ajustados, de acordo com o relatório Janus Henderson Global Dividend Index. A Microsoft manteve a liderança pelo segundo ano consecutivo.

A Petrobras (PETR3; PETR4) voltou ao ranking das maiores pagadoras de dividendos do mundo, após ter ficado de fora da lista no ano anterior. Em 2022, a estatal ocupava a segunda colocação, enquanto neste ano assumiu a 14ª posição, distribuindo R$ 75,9 bilhões em proventos.

Um de seus pares internacionais, a ExxonMobil subiu da terceira para o segunda colocação após a aquisição da Pioneer Resources.

  • 🔥 Faça um planejamento financeiro e comece a lucrar com dividendos! Receba um plano de investimentos gratuito, criado sob medida para você. [Acesse agora!]

Setores e países que impulsionaram o crescimento

O setor financeiro foi o principal responsável pelo crescimento dos dividendos, com um avanço de 12,5%, refletindo a solidez dos bancos em diversas economias.

O setor de mídia também teve um desempenho positivo, dobrando seus pagamentos, impulsionado pelos dividendos da Meta e da Alphabet. Outros setores que registraram crescimento expressivo foram telecomunicações, construção civil, seguros, bens de consumo duráveis e lazer.

Entre os países, os Estados Unidos lideraram os pagamentos, com um crescimento de 8,7%, atingindo um recorde de US$ 651,6 bilhões. O Japão também teve um avanço expressivo, com alta de 15,5%, refletindo o fortalecimento das empresas japonesas e a valorização do iene.

Na América Latina, a situação foi mais desafiadora. No Brasil, os dividendos recuaram 9%, impactados principalmente pela Vale (VALE3), que reduziu seus pagamentos seguindo a tendência global do setor de mineração.

  • 📈 Quer investir como os grandes? Veja os ativos selecionados pelos especialistas do BTG – 100% grátis!

No Chile, houve uma queda de 28,7%, reflexo do corte nos dividendos do conglomerado Empresas Copec. Por outro lado, no México, os dividendos cresceram 4,3%, impulsionados pela mineradora Grupo México e pela empresa de bebidas FEMSA.

O impacto da tecnologia nos dividendos

Uma das mudanças mais significativas de 2024 foi a entrada de grandes empresas de tecnologia no grupo das principais pagadoras de dividendos. Meta, Alphabet e Alibaba foram responsáveis por US$ 15,1 bilhões em pagamentos, representando um quinto do crescimento global dos dividendos no ano.

Para Jane Shoemake, gerente de portfólio da equipe Global Equity Income da Janus Henderson, a decisão dessas empresas de iniciarem pagamentos de dividendos reflete uma mudança na dinâmica do setor de tecnologia.

“Por muito tempo, acreditava-se que as grandes empresas de tecnologia evitariam distribuir dividendos, preferindo reinvestir todo o capital em crescimento. No entanto, ao iniciarem esses pagamentos, elas mostram que estão amadurecendo e gerando valor excedente para os investidores, assim como outras empresas bem-sucedidas fizeram antes delas”, explicou Shoemake.

  • 🔥 Quem tem informação, lucra mais! Receba as melhores oportunidades de investimento direto no seu WhatsApp.

A especialista destacou ainda que essa mudança pode atrair um novo perfil de investidor para essas empresas, aumentando sua base acionária e tornando seus papéis mais atrativos no longo prazo.

Perspectivas para 2025

Para 2025, a expectativa é de novo recorde, com os dividendos globais alcançando US$ 1,83 trilhão, um crescimento projetado de 5%. No entanto, fatores como a volatilidade do mercado, tarifas comerciais e políticas monetárias mais rígidas podem influenciar esse avanço.

Shoemake alerta que, apesar dos desafios econômicos e geopolíticos, os dividendos tendem a ser mais estáveis do que os lucros, já que as empresas têm flexibilidade para ajustar seus pagamentos conforme a necessidade.

“A economia global deve continuar crescendo, mas riscos como tarifas e conflitos comerciais, além do alto endividamento governamental, podem gerar maior volatilidade. No entanto, historicamente, os dividendos demonstram uma resiliência maior do que os lucros ao longo dos ciclos econômicos”, afirmou Shoemake.

O post Dividendos globais batem recorde de US$ 1,7 tri em 2024; Petrobras volta ao ranking apareceu primeiro em Monitor do Mercado.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.