Inflação interrompe avanços, mas juros devem subir em março

Depois de 19 semanas consecutivas de revisão para cima, as expectativas para a inflação finalmente se estabilizaram. Segundo o Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central nesta quarta-feira (5/03), a projeção do mercado para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) em 2025 permaneceu em 5,65%. Para 2026, a previsão também seguiu inalterada, em 4,40%.
O centro da meta oficial de inflação estabelecido pelo Banco Central é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Apesar da estabilidade nas projeções, os números ainda estão acima do teto da meta, o que reforça a cautela do mercado.

Selic em março
Enquanto a inflação parece ter encontrado um ponto de equilíbrio, as expectativas para a taxa básica de juros seguem elevadas. O mercado manteve a previsão da Selic em 15% para 2025 e 12,5% para 2026. Atualmente, a taxa está em 13,25%, mas os economistas consultados pelo Banco Central projetam um aumento de 1 ponto percentual na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para março.
A elevação da Selic é um dos principais instrumentos do Banco Central para conter a inflação e manter a ancoragem das expectativas, mas também tem impacto sobre o crescimento econômico, encarecendo o crédito e reduzindo o consumo e os investimentos.

PIB e câmbio
As projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) também seguiram inalteradas. O mercado espera um crescimento de 2,01% para este ano e de 1,70% para 2026. Esses números indicam um ritmo moderado de expansão da economia, refletindo a combinação entre juros elevados e inflação persistente.
No mercado cambial, a expectativa para o dólar permaneceu em R$ 5,99 para 2025 e em R$ 6 para 2026. A estabilidade na previsão do câmbio sugere que o mercado não espera grandes mudanças na política monetária e fiscal que possam impactar significativamente o valor da moeda americana.
As projeções do Boletim Focus foram coletadas antes do feriado de Carnaval e divulgadas excepcionalmente nesta quarta-feira. Apesar da interrupção na sequência de altas da inflação, o cenário econômico segue incerto, com a necessidade de ajustes na política monetária para manter o controle dos preços e estimular o crescimento sem comprometer a estabilidade fiscal.

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