O 18 de Brumário de Donald Trump [ O di, nos iuva!]

O segundo mandato de Trump seria o prenúncio de um Staatsstreich da extrema-direita nos EUA?Qual é o caminho da América: despotismo ou anarquia?Os EUA estão se transformando em um aparato político-militar “encabeçado por um líder carismático que tira das mãos da burguesia as decisões que essa classe não consegue mais tomar e executar por suas próprias forças”? Pensei nas palavras de Marx – em O 18 de Brumário de Luís Bonaparte – quando vi o esculacho que Trump e Vance deram em Zelenski, no Salão Oval da Casa Branca – mas meus companheiros e companheiras de jornada podem tirar suas próprias conclusões, por óbvio!

MARX:
“Em algumas de suas obras, Hegel comenta que todos os grandes fatos e todos os grandes personagens da história mundial são encenados, por assim dizer, duas vezes. Ele se esqueceu de acrescentar: a primeira vez como tragédia, a segunda como farsa. Caussidière como Danton, Luís Blanc como Robespierre, a Montanha de 1848-51 como a Montanha de 1793-95, o sobrinho como o tio. E essa mesma caricatura se repete nas circunstâncias que envolvem a reedição do 18 de brumário!”
“Os homens fazem a sua própria história; contudo, não a fazem de livre e espontânea vontade, pois não são eles quem escolhem as circunstâncias sob as quais ela é feita, mas estas lhes foram transmitidas assim como se encontram. A tradição de todas as gerações passadas é como um pesadelo que comprime o cérebro dos vivos. E justamente quando parecem estar empenhados em transformar a si mesmos e as coisas, em criar algo nunca antes visto, exatamente nessas épocas de crise revolucionária, eles conjuram temerosamente a ajuda dos espíritos do passado, tomam emprestados os seus nomes, as suas palavras de ordem, o seu figurino, a fim de representar, com essa venerável roupagem tradicional e essa linguagem tomada de empréstimo, as novas cenas da história mundial. Assim, Lutero se disfarçou de apóstolo Paulo, a revolução de 1789-1814 se travestiu ora de República Romana ora de cesarismo romano e a revolução de 1848 não descobriu nada melhor para fazer do que parodiar, de um lado, o ano de 1789 e, de outro, a tradição revolucionária de 1793-95.”

“Do mesmo modo, um século antes e em outro estágio de desenvolvimento, Cromwell e o povo inglês haviam tomado de empréstimo a linguagem, o fervor e as ilusões do Antigo Testamento em favor da sua revolução burguesa. Atingido o objetivo real, consumada a reestruturação burguesa da sociedade inglesa, Locke tomou o lugar de Habacuque.”
Avante!

FERNANDO MAGALHÃES
ASS. TÉC. DA ALECE

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