De 1º de janeiro a 24 de agosto (último dia da semana epidemiológica 34) deste ano, o Brasil registrou 836 casos confirmados ou prováveis de Mpox, sem registro de mortes. Os números são referentes às notificações segundo o estado onde a pessoa mora. O Sudeste lidera com 681 infecções, o equivalente a 81,6%. São Paulo é o líder entre os estados, com 427 casos ou 51% do total do país.
As informações são do informe semanal de Mpox do Ministério da Saúde. Outros estados com maior quantitativo são Rio de Janeiro (195 ou 23,3%), Minas Gerais (50 ou 6%) e Bahia (36 ou 4,3%). Roraima, Amapá, Tocantins, Maranhão, Piauí e Mato Grosso ainda não notificaram casos, segundo a Saúde.
A capital paulista é o município com mais casos confirmados e prováveis: 322 até o dia 24 de agosto, que equivale a 38,5% do país. Em segundo lugar está o Rio de Janeiro (177 ou 21,2%), Belo Horizonte (43 ou 5,1%), Salvador (30 ou 3,6%) e Brasília (17 ou 2%).
Quanto aos casos suspeitos de Mpox, o Brasil possui 188, sendo 73 (38,8%) do Estado de São Paulo. Neste ano, até 24 de agosto, 61 (7,3%) pessoas foram internadas no país com a doença. Do total, cinco (0,6%) necessitaram de cuidados em unidade de terapia intensiva (UTI).
Os homens concentram a maior parte dos registros: 796 (95,2%). A faixa etária mais atingida é a de 18 a 39 anos, com 603 ocorrências (72,1%). De zero a quatro anos, há uma ocorrência no país.
Para Evaldo Stanislau de Araújo, infectologista do Hospital das Clínicas de São Paulo, uma das orientações é ser seletivo nos relacionamentos. “A Mpox tem característica de transmissão sexual, por contato íntimo de pessoas que tenham lesões e especificamente grupos de homens que fazem sexo com homens e homens bissexuais. Então, uma das medidas naturais que devem ser recomendadas é que as pessoas evitem relacionamentos com parceiros desconhecidos, com quem não têm muita intimidade”, afirma.
Erupções cutâneas ou lesões de pele, febre, ínguas, dores no corpo, dor de cabeça, calafrio e fraqueza são alguns sintomas da doença. Segundo o médico, é preciso ficar atento às lesões, que podem aparecer em qualquer parte do corpo, mas muitas vezes são discretas, em locais onde não é possível enxergá-las, como nas regiões perineal e genital.
Cobrir as feridas com o uso de roupas e a vacinação dos grupos de maior vulnerabilidade também são medidas importantes. “Se você teve febre, aumento de gânglios e observou uma, duas, três lesões que podem ser características sugestivas de Mpox, procure orientação médica.”
O infectologista explica que as lesões têm, inicialmente, fase de vermelhidão na pele que rapidamente evolui para vesícula, parecendo uma bolha que se forma na pele. Podem ter tamanho variável. Inicialmente, um conteúdo transparente, translúcido, que evolui para um mais amarelado, purulento. Por fim, vai explodir, virar úlcera e depois cicatrizar. Tudo isso em um período que pode variar de dias até semanas.
“Uma das características é que as lesões têm a mesma fase evolutiva, são sempre parecidas. Diferentemente, por exemplo, da catapora, que é diagnóstico diferencial, que tem polimorfismo regional, ou seja, lesões que estão em diferentes estágios evolutivos no mesmo paciente”, diz o médico.
Em 2022, de janeiro a dezembro, foram registrados 10.648 casos de Mpox e 14 mortes. No ano passado, houve 853 infecções e dois óbitos. Nos dois anos, os Estados de São Paulo e do Rio de Janeiro contabilizaram a maior parte dos casos.
Em 2022, São Paulo teve 4.153 infecções e três mortes e, no ano seguinte, 155 casos e nenhum óbito. O Rio de Janeiro encerrou 2022 com 1.393 casos e cinco mortes. Em 2023, ultrapassou o estado paulista, com 173 casos, sem óbitos.
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