A queda na aprovação de Lula (PT) tem sido um alerta crescente, mas o presidente parece não enxergar a gravidade do cenário. Pesquisas recentes mostram um declínio significativo em sua popularidade, até mesmo no Nordeste, onde o PT sempre teve apoio massivo. Apesar disso, interlocutores próximos revelam que Lula avalia seu governo como “excelente” e planeja mudanças apenas pontuais na reforma ministerial, conforme publicado pela coluna O Antagonista. Esse contraste entre dados e percepção está causando preocupação entre aliados e auxiliares do Palácio do Planalto.
Ministros e aliados próximos, ouvidos pela O Antagonista, apontam um otimismo que, na visão deles, “beira a alienação”. O presidente estaria convencido de que os problemas se resumem à comunicação, uma falha que ele acredita ter resolvido com a nomeação do publicitário Sidônio Palmeira para a Secretaria de Comunicação (Secom) há dois meses. Enquanto isso, a desaprovação cresce em todo o país, e a falta de ações concretas para reverter o cenário alarma quem acompanha de perto a gestão.
Lula na Lua Parte 1: Um Otimismo Desconectado
Interlocutores que conversam frequentemente com Lula descrevem um cenário preocupante: o presidente não parece perceber a dimensão dos desafios enfrentados pelo governo. Um aliado, que preferiu não se identificar, afirmou à O Antagonista: “Ele está com a cabeça nas nuvens, vivendo em um mundo que é só dele”. Esse mundo, segundo o interlocutor, é compartilhado também com a primeira-dama, Rosângela da Silva, conhecida como Janja, que reforça essa visão otimista.
A percepção de Lula é de que sua gestão é “excelente”, e ele estaria plenamente convencido de que as entregas planejadas pelo governo são suficientes para reverter qualquer descontentamento. “O presidente está animado, achando que as coisas estão bem porque o governo teria muita entrega para fazer”, relatou o aliado à O Antagonista, destacando que essa confiança pode estar mascarando problemas mais profundos.
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Lula na Lua Parte 2: A Comunicação como Única Barreira
Para Lula, o maior obstáculo do governo é a comunicação, e ele acredita que a chegada de Sidônio Palmeira à Secom já resolveu essa questão. O publicitário assumiu o comando da Secretaria de Comunicação há dois meses, mas, até o momento, não há sinais de melhora significativa na percepção pública sobre a gestão, segundo um auxiliar ouvido pela O Antagonista. “A questão não é apenas de comunicação”, disse o auxiliar, indicando que os problemas são mais estruturais.
A reforma ministerial, aguardada como uma resposta à queda na aprovação de Lula, será tímida, sinalizando que o presidente não vê necessidade de mudanças significativas. “O presidente acredita que está tudo perfeito”, afirmou um segundo interlocutor à O Antagonista, apontando que Lula está com dificuldade de “medir a temperatura da rua” e compreender o descontentamento registrado pelas pesquisas.
Lula na Lua Parte 3: Um Otimismo Contagiante, Mas Perigoso
Um aliado próximo descreveu Lula como “super, mega, hiperotimista”, uma postura que, embora contagiante, preocupa quem está ao seu redor. “É até contagiante, mas preocupa porque com isso ele não está atento às correções de rumo que precisaria fazer”, relatou o interlocutor à O Antagonista. A falta de ajustes mais profundos na gestão é vista como um risco em um momento em que a desaprovação cresce em diversas regiões do país.
Outro interlocutor ouvido pela O Antagonista reforçou a percepção de desconexão: “O presidente está com dificuldade de medir a temperatura da rua”. Essa visão é evidenciada pela decisão de manter a equipe ministerial quase intacta, com mudanças apenas pontuais, apesar dos sinais claros de insatisfação popular registrados em pesquisas recentes.
Lula na Lua Parte 4: A Autoconfiança Como Escudo
A autoconfiança de Lula é apontada como uma forma de autoproteção por um terceiro interlocutor. “Falta senso de realidade”, afirmou à O Antagonista, descrevendo o excesso de otimismo como um autoengano. “Ele é otimista, acredita que tudo vai dar certo, e acima de tudo acredita nele mesmo”, acrescentou, destacando que essa característica pode estar dificultando ajustes necessários na gestão.
A pesquisa Paraná Pesquisas, realizada entre 20 e 23 de fevereiro de 2025 com 1.650 pessoas no Paraná e margem de erro de 2,4 pontos percentuais, apontou que 63,1% desaprovam a administração de Lula, contra 34,1% de aprovação. No mesmo período, a pesquisa Genial/Quaest, feita entre 23 e 26 de janeiro com 4.500 entrevistados em todo o Brasil, mostrou que a desaprovação nacional chegou a 49%, superando a aprovação de 47%, evidenciando a queda na aprovação de Lula.
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Lula na Lua Parte 5: Dados que Contradizem a Visão do Presidente
A queda na aprovação de Lula é ainda mais preocupante no Nordeste, reduto histórico do PT. A pesquisa Genial/Quaest, realizada entre 23 e 26 de janeiro de 2025, mostrou que a aprovação na região caiu de 67% em dezembro de 2024 para 59% em janeiro, enquanto a desaprovação subiu de 32% para 37%. No Sudeste, a aprovação caiu de 44% para 42%, e no Sul de 46% para 39%, com margem de erro de 2 pontos percentuais, segundo a Quaest.
Em São Paulo, a desaprovação é ainda mais acentuada: a mesma pesquisa Genial/Quaest, divulgada em 26 de fevereiro, ouviu 1.644 pessoas e apontou que 69% desaprovam a gestão de Lula, contra apenas 29% de aprovação. Comparativamente, governadores como Tarcísio de Freitas (SP), Romeu Zema (MG), Jerônimo Rodrigues (BA), Ratinho Jr. (PR), Eduardo Leite (RS) e Ronaldo Caiado (GO) têm aprovação acima de 60%, conforme o levantamento Genial/Quaest, destacando o contraste com o governo federal.
Queda na aprovação de Lula: Um Problema Além da Comunicação
Um auxiliar do governo, familiarizado com pesquisas de opinião, afirmou à O Antagonista que Lula não percebe que os problemas vão além da comunicação. “O buraco é mais embaixo”, disse, indicando que a questão é estrutural e não será resolvida apenas com a troca na Secom, que ainda não trouxe resultados expressivos após dois meses sob novo comando.
Os dados das pesquisas reforçam essa visão. A desaprovação de 49% registrada pela Genial/Quaest em janeiro de 2025 é um marco negativo, sendo a primeira vez que a desaprovação supera a aprovação na série histórica da Quaest. A queda na aprovação de Lula, especialmente em regiões-chave como o Nordeste, evidencia a necessidade de ajustes mais profundos na gestão para reconquistar a confiança da população.
Contraste com Governadores: Uma Régua Desafiada
A pesquisa Genial/Quaest de janeiro também comparou queda na aprovação de Lula com a aprovação de governadores estaduais, mostrando um cenário desfavorável ao presidente. Governadores como Tarcísio de Freitas e Romeu Zema alcançam aprovação superior a 60%, assim como Jerônimo Rodrigues (BA), Ratinho Jr. (PR), Eduardo Leite (RS) e Ronaldo Caiado (GO), todos acima desse patamar, conforme o levantamento realizado pela Quaest.
Enquanto isso, no mesmo contexto econômico, a aprovação do governo federal despenca. A pesquisa Paraná Pesquisas em São Paulo revelou que 53,5% avaliam negativamente a administração de Lula, contra 22,5% de avaliação positiva, com dados coletados entre 20 e 23 de fevereiro de 2025. Esse contraste reforça a percepção de aliados de que Lula precisa ajustar sua visão para enfrentar a realidade política atual.
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