O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) encerrou 2024 com lucro líquido de R$ 26,4 bilhões, um crescimento de 20,5% em relação a 2023. O banco também registrou a maior injeção de crédito da sua história, com aprovações e garantias totalizando R$ 276,5 bilhões.
A carteira de crédito da instituição atingiu R$ 584,8 bilhões, o maior volume desde 2017, enquanto a inadimplência permaneceu em 0,001%, a menor do sistema financeiro nacional.
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Expansão do crédito
O BNDES aprovou R$ 212,6 bilhões em financiamentos ao longo de 2024, um aumento de 22% em relação a 2023. O crescimento foi impulsionado por setores como indústria, com alta de 132% (R$ 52,4 bilhões), agropecuária, com 92% (R$ 52,3 bilhões), e comércio e serviços, que registrou expansão de 83% (R$ 33,4 bilhões).
Pela primeira vez desde 2017, os créditos para a indústria superaram os destinados ao agronegócio, reflexo das políticas de incentivo à reindustrialização, segundo Alexandre Abreu, diretor Financeiro do BNDES.
Além disso, o banco ampliou a concessão de garantias para micro, pequenas e médias empresas (MPMEs), totalizando R$ 63,9 bilhões por meio dos fundos garantidores.
Desembolsos e perspectivas para 2026
Os desembolsos totalizaram R$ 133,7 bilhões, alta de 17% frente a 2023. Segundo o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, a expectativa é que os desembolsos cheguem a 1,5% do PIB até 2026, enquanto as aprovações de crédito devem atingir 2% do PIB.
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“O crédito aprovado muitas vezes se destina a projetos de médio e longo prazo, liberados em etapas conforme o andamento das obras. Isso garante um fluxo contínuo de financiamento e desenvolvimento para o país”, explicou Mercadante.
O financiamento para MPMEs totalizou R$ 92,4 bilhões em 2024. Ao considerar as garantias concedidas, o volume de crédito destinado a esse segmento alcançou R$ 156,3 bilhões, um crescimento de 44,7% em relação a 2023 e de 119,8% ante 2022.
Rentabilidade e dividendos
O lucro líquido recorrente do BNDES foi de R$ 13,2 bilhões, crescimento de 11,1% em relação a 2023. O banco destacou que o desempenho foi beneficiado pela reversão de provisões de crédito no valor de R$ 3,4 bilhões e pelo recebimento de R$ 10,4 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio, principalmente da Petrobras e da JBS.
O patrimônio líquido do BNDES atingiu R$ 158,4 bilhões em dezembro de 2024, um crescimento de 4,7% em relação ao ano anterior. O aumento foi impulsionado pelo lucro acumulado e por ajustes no valor de mercado de ativos.
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Fontes de recursos e captação
O Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) segue como a principal fonte de funding do BNDES, representando 56% dos passivos onerosos da instituição, com saldo de R$ 447,9 bilhões.
Além disso, o banco captou R$ 10 bilhões do Fundo Nacional sobre a Mudança do Clima e voltou ao mercado doméstico com a emissão de Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) e Letras de Crédito do Desenvolvimento (LCDs), totalizando R$ 12,4 bilhões.
O BNDES também recebeu R$ 20 bilhões do Tesouro Nacional para financiar medidas emergenciais de recuperação econômica no Rio Grande do Sul, além de prever novas captações internacionais na ordem de US$ 2 bilhões ao longo de 2025.
“Temos autorização para captar até R$ 10 bilhões via LCD este ano. Além disso, há previsão de novos aportes no Fundo Clima e no Fundo de Investimento em Infraestrutura Social, reforçando o compromisso do BNDES com o desenvolvimento sustentável”, afirmou Nelson Barbosa, diretor de Planejamento e Relações Institucionais do banco.
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