Vai faltar ação na bolsa? Recompra de ações e fechamento de capital reduzem liquidez do mercado

O mercado de ações brasileiro enfrenta um fenômeno preocupante: a combinação de programas agressivos de recompra de ações e uma onda de fechamento de capital está reduzindo a quantidade de papéis disponíveis para negociação. Esse movimento já afeta a liquidez da bolsa e levanta a dúvida: vai faltar ação na bolsa?

Com menos ativos em circulação, gestores alertam que, caso o mercado volte a se valorizar, pode haver uma escassez de ações disponíveis para compra. Essa dinâmica pode gerar distorções nos preços, aumentar a volatilidade e tornar o mercado menos previsível para investidores.

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O que está acontecendo com a bolsa brasileira?

Atualmente, há 127 programas de recompra de ações em andamento, totalizando aproximadamente R$ 72,3 bilhões. Empresas de grande porte como Vale, TIM e Lojas Renner estão entre as que aderiram a essa tendência.

Desde 2018, 39 empresas realizaram OPAs (Ofertas Públicas de Aquisição) e saíram da bolsa. Somente em 2024, nove companhias encerraram suas negociações na B3, e outras, como Kora Saúde, Carrefour Brasil e Santos Brasil, já estudam seguir o mesmo caminho.

A consequência direta dessa redução de ativos é a queda expressiva no volume financeiro da bolsa. Segundo a consultoria Elos Ayta, a média diária de negociações caiu de R$ 35,16 bilhões em 2021 para R$ 17,57 bilhões no início de 2025. Essa redução de 50% na liquidez impacta diretamente a dinâmica do mercado e aumenta o risco de oscilações abruptas nos preços dos ativos.


Menos empresas listadas na B3: um mercado cada vez menor?

Outro fator que agrava a situação é a redução do número de empresas listadas na B3. Desde 2022, o total de companhias com valor de mercado superior a R$ 300 milhões caiu de 254 para 218. Dessas, quase 75% valem menos de R$ 10 bilhões, tornando o mercado menos atraente para grandes investidores institucionais.

A falta de novos IPOs também preocupa. O último IPO brasileiro ocorreu em dezembro de 2021, com a listagem do Nubank (ROXO34) na Bolsa de Nova York. Enquanto isso, mercados emergentes como a Índia registraram 334 IPOs apenas em 2024, superando o número total de empresas listadas na B3.

Se essa tendência continuar, o mercado brasileiro pode enfrentar um círculo vicioso: com menos empresas na bolsa, investidores institucionais perdem interesse, reduzindo ainda mais a liquidez e afastando novas companhias de abrirem capital.

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Vai faltar ação na bolsa? Como a liquidez do mercado está sendo afetada

A combinação de recompras de ações e fechamentos de capital já impacta diretamente o free float, que representa a quantidade de ações disponíveis para negociação no mercado. Desde 2022, o free float da bolsa caiu 13%, o que equivale a R$ 260 bilhões a menos em circulação.

Com menos ações disponíveis, o mercado se torna mais volátil. Os preços dos ativos podem subir rapidamente com pouca participação dos investidores, o que pode gerar distorções na precificação das ações. Além disso, analistas alertam para riscos de manipulação do mercado e insegurança na valorização do índice Ibovespa.

A situação se agrava quando comparada a outras bolsas globais, onde a liquidez se mantém elevada e o número de empresas listadas cresce ano após ano.


Empresas que saíram da bolsa em 2024

Vai faltar ação na bolsa? A onda de fechamentos de capital segue forte. No último ano, 14 empresas encerraram suas atividades na bolsa, reduzindo ainda mais o número de ativos disponíveis para negociação.

Código Empresa Data de Cancelamento
APER ALPER S.A. 03/10/2024
NMRT NEUMARKT 02/09/2024
BFRE BRAZILIAN FINANCE E REAL ESTATE 20/08/2024
CABI CABINDA PARTICIPAÇÕES 25/06/2024
BRIV ALFA INVESTIMENTOS 07/06/2024
BRGE ALFA CONSORCIO 07/06/2024
CRIV ALFA FINANCEIRA 07/06/2024
EBEC EBEC 15/05/2024
NCFP NCF PARTICIPAÇÕES 09/05/2024
FRTA POMIFRUTAS 07/05/2024
CTNR CENTENOR 20/03/2024
CSAB SEGURADORA ALIANÇA BAHIA 08/02/2024
CORR CORREA RIBEIRO 08/02/2024
UNID UNIDAS 23/01/2024

O futuro da bolsa brasileira: quais as perspectivas?

Se a tendência atual se mantiver, o mercado de ações brasileiro pode se tornar cada vez mais restrito e menos líquido. Especialistas alertam que, caso a bolsa volte a se valorizar, a falta de papéis disponíveis pode criar uma corrida por ativos, pressionando ainda mais os preços.

Por outro lado, algumas empresas que estão recomprando ações hoje podem voltar a emitir papéis no futuro, caso haja um aumento na demanda. Isso poderia amenizar os efeitos da escassez de ações no mercado.

Enquanto isso, o cenário segue incerto. Com menos IPOs, menos empresas listadas e menor liquidez, os investidores precisam ficar atentos à dinâmica do mercado e avaliar bem suas estratégias de investimento.

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Vai faltar ação na bolsa: Mercado de ações brasileiro está encolhendo?

Os números mostram uma realidade clara: a bolsa brasileira está encolhendo. Com menos empresas listadas, menos ações disponíveis e menos liquidez, o mercado pode enfrentar desafios significativos nos próximos anos.

A pergunta “vai faltar ação na bolsa?” ainda não tem uma resposta definitiva, mas o alerta já foi dado. Caso a tendência de recompras e fechamentos continue, a escassez de ativos pode tornar a bolsa menos atrativa para investidores e dificultar a recuperação do mercado no longo prazo.

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