O auxílio psicológico para manutenção da saúde mental dos profissionais da segurança pública no Ceará deve ser reforçado durante a execução do plano de metas para a área. Lançada na quinta-feira (20), a iniciativa propõe uma série de objetivos, como diminuição de 11% nos Crimes Violentos Letais e Intencionais (CVLIs) e redução de cerca de 15% no Crimes Violentos contra o Patrimônio (CVPs).
A proposta do Governo do Estado deve intensificar o trabalho dos agentes de segurança, exigindo mais preparo psicológico. Presente ao evento de inauguração do Sistema de Metas Integradas de Segurança Pública (Misp), o titular da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) do Ceará, Roberto Sá, questionado pelo jornal O Estado disse que a saúde mental dos profissionais tem sido debatida pelo Executivo durante reuniões para melhorar a qualidade das ações.
“Este é um aspecto para o qual o Estado se preocupa, prepara-se e investe muito. Nós temos uma assessoria biopsicossocial com estrutura e equipamentos para atender aos nossos servidores de todas as forças de segurança. Nós também temos equipamentos que estão sendo finalizados em Sobral e em Juazeiro do Norte. Além disso, tanto a Polícia Civil, quanto a Militar, o Corpo de Bombeiros e a Perícia Forense têm internamente as estruturas para dar esse suporte de saúde física e psicológica aos profissionais”, afirmou.
Roberto Sá também falou sobre o retorno do Hospital e Maternidade José Martiniano de Alencar (HMJMA), conhecido como Hospital da Polícia Militar, em Fortaleza, aos militares. Há alguns meses, ainda em 2024, o governador Elmano de Freitas (PT) havia anunciado a intenção de retornar o foco dos atendimentos na unidade hospitalar para os militares antes do fim da gestão. Em 2011, o Hospital passou a integrar o sistema da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), para atendimento ao público geral.
Segundo o secretário, o plano é ter atendimentos psicológicos quando o HMJMA retornar aos policiais. “Além desses equipamentos de suporte, como já anunciado pelo governador, este ano nós vamos devolver o Hospital da Polícia Militar para a corporação. Então, há uma preocupação permanente com a atenção e a saúde física e mental dos nossos servidores, que estão ou não neste plano de metas, mas que todos são uma preocupação nossa.”
Números que
preocupam
A atenção com a saúde mental de profissionais de segurança, em especial policiais, é endossada por meio de dados. O número de mortes de policiais são detalhados na última edição do Anuário de Segurança Pública (2024). De acordo com o levantamento, somente no Ceará, em 2023 (ano de realização da pesquisa), houve cinco suicídios de policiais militares, contra três casos em 2022. Já para as mortes de policiais em confronto, o relatório aponta que ocorreram quatro casos envolvendo policiais civis, em 2023, e outros quatro casos envolvendo policiais militares.
No Brasil, os números também detalham os casos. Foram 110 registros de suicídio entre policiais militares, 46 morreram durante confronto em serviço e 61 em confronto ou por lesão não natural fora do expediente. O documento também mostra que os Estados do Acre, Amapá, Ceará, Espírito Santo, de Mato Grosso, Minas Gerais, do Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e São Paulo tiveram mais mortes de policiais por suicídio do que por confronto. O anuário aponta ainda que os números de suicídios registrados podem ser maiores, porque a subnotificação dos casos dificulta a contagem completa.
Por Hyago Felix
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