No cenário econômico do Nordeste, o Ceará se destaca por um importante sinal de recuperação no mercado de trabalho. Dados recentes do Termômetro do Mercado de Trabalho (4º Trimestre/2024 – Nº 30 – 2025), publicado pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), revelam que a taxa de desemprego no Estado atingiu 6,5% no último trimestre, o menor nível registrado desde o início da série histórica, em 2012.
A trajetória de queda do desemprego já se faz notar desde o terceiro trimestre de 2022, quando a taxa se mantinha abaixo de um dígito, chegando a 8,6%. Segundo o analista de Políticas Públicas Daniel Suliano, essa melhora sistemática reflete um cenário que só era comparável ao período anterior à crise econômica de 2015-2016. “De fato, o recuo contínuo dos índices de desocupação demonstra que o mercado de trabalho cearense está em processo de fortalecimento e de adaptação às novas dinâmicas econômicas”, ressalta Suliano.
Comparativos entre trimestres reforçam esse otimismo: a taxa de desemprego recuou 2,2 pontos percentuais em relação ao quarto trimestre de 2023 e 0,2 ponto percentual quando comparada ao trimestre imediatamente anterior, que registrava 6,7%. No segundo trimestre de 2024, o índice foi de 7,5%, com queda de 1,1 ponto tanto em relação ao trimestre anterior, enquanto o terceiro trimestre apontou 6,7%, bem abaixo dos 9,2% registrados em 2023.
Além da melhora na taxa de desemprego, outros indicadores demonstram uma recuperação robusta. A taxa de participação da população economicamente ativa recuou para 51,8% no quarto trimestre de 2024 – 1,7 ponto percentual abaixo do mesmo período do ano anterior – evidenciando, ainda, uma leve retração em relação aos 52,5% do trimestre imediatamente anterior. Paralelamente, a taxa composta de subutilização da força de trabalho atingiu o menor valor histórico, 21,3%, representando uma redução de 2,2 pontos percentuais comparada ao quarto trimestre de 2023 e 0,6 ponto em relação ao trimestre anterior. Essa melhoria, aliada à redução dos índices de subocupação por insuficiência de horas, sinaliza uma demanda crescente por trabalho no Estado.
Por fim, a taxa de informalidade também apresentou leve recuo, fixando-se em 53,3% no quarto trimestre de 2024, em comparação ao trimestre anterior. Apesar de ainda representar um desafio a ser enfrentado, esse recuo reforça o cenário de avanços na qualidade dos empregos gerados.
Esses indicadores, que refletem tanto a redução do desemprego quanto a melhora na utilização da força de trabalho, apontam para um ambiente econômico em transformação. Especialistas como Daniel Suliano apontam que a continuidade dessas tendências depende da manutenção de políticas públicas eficientes e de um ambiente de negócios que estimule a formalização e a geração de empregos de qualidade.
“Enquanto o Ceará celebra esse marco histórico, o desafio para os próximos trimestres será consolidar essas conquistas e avançar na redução dos índices de informalidade, garantindo que o crescimento do emprego se traduza, efetivamente, em oportunidades dignas e sustentáveis para toda a população”, disse o economista Helder Cavalcante.
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