Novas faculdades de medicina: salve-se quem puder!

Enquanto o reacionário – ultradireitista, bolsonarista e defensor da cloroquina – CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA (CFM), um dos sombrios nichos da “elite severina” brasileira, processa médicos e médicas que criticam suas ações estúpidas [ver caso da médica Lígia Bahia, Professora da UFRJ] e posicionamentos antipovo, vale lembrar que o Estadão publicou artigo que ilustra os perigos que a população brasileira corre nas mãos de médicos mal formados na onda do “liberou geral” de escolas médicas em cada esquina e em cada cidade do país, sem a menor estrutura pedagógica para isso, com, inclusive, o total apoio do MEC e o silêncio obsequioso do MS.

O jornal paulistano [de 06/02/2025] diz que uma pesquisa da Faculdade de Medicina da USP/AMB sobre cursos de especialização lato sensu em Medicina acende um alerta sobre a formação desses profissionais:
Embora o título de especialista em determinada área seja condicionado à realização de Residência Médica, há franco crescimento de especializações que prometem o que não podem cumprir. Segundo o levantamento, são quase 2 mil cursos de especialização em Medicina, sobretudo em instituições particulares. Mas 41% deles, ou 800, são promovidos na modalidade de ensino a distância (EAD) e 11%, ou 216, na semipresencial. Menos da metade, ou 927 cursos, é presencial.

Se faltam oportunidades nas Residências, sobram nas especializações. Esses cursos são mais curtos e demandam menos recursos. Enquanto uma Residência exige a estrutura de um hospital de ensino, com a presença de preceptores e supervisores, com formação teórica e prática ao longo de até 2,8 mil horas, a serem concluídas entre dois e cinco anos, uma especialização pode ser realizada em 360 horas.
São múltiplas também as vantagens financeiras – não para os pacientes. O recém-formado em Medicina paga uma mensalidade ao mesmo tempo que pode ingressar no mercado de trabalho e receber bons vencimentos, fugindo da bolsa padrão de pouco mais de R$ 4 mil paga a um residente. Ao término, recebe o diploma da especialização, mas, na prática, não é especialista em nada.

Como há procura, há oferta. As instituições encontraram um novo filão de cursos, mais focados, supostamente, no mercado, embora a Lei do Mais Médicos, de 2013, vincule a abertura de graduações de Medicina à oferta de Residência Médica. Em que pese a expansão dos cursos na última década, parece que a letra da lei não tem surtido efeito.
E o povão padecendo… É triste. Mas essa é a realidade!
Viva o Brasil!
Avante!

FERNANDO MAGALHÃES
ASS. TÉC. DA ALECE

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