Para os bolsonaristas a moda agora é ser contra a lei da ficha limpa. Sim, é isso mesmo. Os mesmos que defendem a moral, os bons costumes, a família tradicional brasileira, passam a se rebelar contra uma importante lei. Não deveríamos nos espantar, pois eles já foram contra a vacina em plena pandemia de covid, contra as urnas eletrônicas, contra a democracia. Se o assunto for conquista civilizatória essa turma gosta de ser do contra. Mas peraí! Quem vai contra a lei é o que mesmo?
Em vídeo, o líder-mor da seita, alega que a lei da ficha limpa serve para perseguir a direita. Defende a sua revogação ou a mudança da pena de inelegibilidade para 2 anos. Por que será que ele defende isso? Ora, porque seria beneficiado.
No mundo paralelo do bolsonarismo, na realidade criada por eles, até uma lei que teve forte apoio popular, pode se tornar objeto de repúdio. Mas eles dizem ser anticorrupção, anticriminalidade. Sem a lei, um corrupto, um criminoso pode se candidatar e ser eleito.
No fim do vídeo, o chefe inelegível diz que cada eleitor, o povo é que deve escolher em quem votar. Por acaso, estaria ele jogando o povo contra a lei? É preciso refrescar a memória curta da turba: a lei teve grande apoio do povo na época de sua criação. E continua sendo apoiada por todos de bom senso, que não se deixam levar por uma liderança que visa a satisfação de interesses particulares.
Quer dizer que assassinos, estupradores, bandidos, inelegíveis poderão se candidatar e possivelmente ocupar importantes cargos públicos? Bandido bom era bandido morto. Agora bandido bom é bandido eleito?
FELIPE AUGUSTO
FERREIRA FEIJÃO
PROFESSOR E
MESTRE EM FILOSOFIA
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